Este é o penúltimo post de resumo do livro "Pastoreando o coração da Criança", de Tedd Tripp. Como havia dito no post anterior, para cada fase da vida da criança, da infância à adolescência, o autor propõe objetivos e procedimentos de treinamento específicos.
No post de hoje, vamos focar na segunda fase abordada: dos 5 aos 12 anos.
Para ler os cinco posts anteriores, clique nos links a seguir: Fundamentos, Objetivos e Métodos, Comunicação, Vara e Consciência e Da infância à pré-escola.
Capítulos 16 e 17 - Da escola à pré-adolescência
PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Lucas 10, Mateus 18 e Lucas 7 – Respostas de Jesus que ilustram bem como Ele fazia uso do apelo à consciência (conversa com um perito nas Escrituras hebraicas, com Pedro sobre perdão e com Simão sobre a mulher pecadora que Lhe lavava os pés com suas lágrimas).
1 Samuel 17 – Embora Davi fosse apenas um jovem, ele aprendeu a confiar em Deus através dos tempos difíceis; nossos filhos podem aprender estas mesmas lições de fé (v. 37). Mas quando colocamos diante deles uma vida que nem sequer exige fé e damo-lhes um padrão viável, que os estimula a utilizarem seus próprios recursos, habilidades e dons inatos, os levamos para longe de Cristo e de Sua cruz.
Provérbios 7 – Descreve a mulher adúltera, retrata a sedução e seus resultados, fornecendo um contexto para franca discussão da sexualidade (passagens repletas de aviso, discernimento e direção).
Objetivos de treinamento
Se até aqui você diligentemente aplicou princípios bíblicos na criação do seu filho, aos 5 anos ele já sabe obedecer e os seus objetivos daqui pra frente mudam um pouco. Nessa idade ele sabe obedecer sua voz de comando, mas o problema é que você não está com ele na escola para dar orientação. Assim, o foco agora é trabalhar o caráter do seu filho!
Você deve focalizar é o comportamento errado mas não rebelde (ex: egoísmo e zombaria). Dentre as qualidades que você quer seu filho desenvolva estão: confiança, honestidade, amabilidade, consideração, prestatividade, diligência, lealdade, humildade, domínio próprio e pureza.
Um desvio comum, diz Tripp, é criar mais regras - o que ele considera uma tentativa de governar a vida familiar sem abordar as questões do caráter. Para ele, é impossível fazer regras suficientemente amplas para prever toda necessidade de orientação. Além disso, explica ele, a mente adulta não é esperta o suficiente para fazer regras que a mente infantil não consiga burlar. Tripp é categórico ao afirmar que nmais regras não funcionam!
Outra falha do método de criar regras é o resultado a longo-prazo: o problema do farisaísmo. Os filhos que aprendem somente a cumprir regras, tornam-se convencidos e cheios de justiça própria - intimamente abrigam atitudes perversas, intolerância, ares de superioridade, estando cegos às suas atitudes egoístas e orgulhosas (como sua constante preocupação consigo, sem importar-se com os outros). Isso contribui para que as crianças entendam o pecado como apenas comportamentos exteriores.
O autor sugere que periodicamente (a cada seis meses) os pais façam uma análise/diagnóstico das necessidades de seus filhos em três áreas distintas:
1. Relacionamento com Deus
Perguntas: Como seu filho pensa sobre Deus? Ele faz escolhas que refletem o conhecer a Deus ou a tentativa de adorar e servir a si mesmo? Ele conhece a Deus por experiência ou apenas cognitivamente?
2. Relacionamento consigo mesmo
Perguntas: O que seu filho pensa sobre si mesmo? Ele tem consciência das propensões de sua personalidade? Ele se aceita como uma pessoa suficiente capaz de fazer tudo o que Deus o chamou a fazer e ser? É tímido/confiante? É arrogante/inseguro? Preso a temores? Capaz de comunicar-se com outros? Tem falsa dependência dos outros? Sente-se melhor do que os outros ou inadequado ao lado dos outros? Necessita de relacionamentos de uma maneira idólatra? Capaz de trabalhar sozinho? Depende da aprovação dos outros ou é mais independente?
3. Relacionamento com os outros
Perguntas: Como ele interage com os outros? O que ele inspira nos outros? Está sempre sob controle/sendo controlado? Ele faz de tudo para conseguir a atenção dos outros? Como ele reage quando é ofendido?
Procedimentos de treinamento
Tripp nos lembra que as formas comuns de se lidar com brigas entre irmãos - como reduzir tudo a uma questão de justiça, ignorar os gritos, partir para a agressão física, apelar para as emoções, aproveitar-se do amor deles pelas coisas ou envergonhá-los - não são bíblicas e precisam ser banidas de nosso lar.
Como pais cristãos, temos o dever de resistir à tentação de abordar somente o comportamento (o que) e deixar o coração (por quê) de lado e ir a fundo na questão, até a raiz dos motivos por trás das ações. Uma maneira prática de se fazer isso é através do apelo à consciência, almejando como fruto a convicção do pecado. Jesus fazia isso, forçava os homens a julgarem seus motivos. Rom 2:14-15 indica que a consciência é nossa aliada ao ensinarmos os filhos a entenderem seu pecado.
É impossível partir do argumento "Quem foi o primeiro a pegar o brinquedo" e transformá-lo em um ensino a respeito da cruz. Tripp reforça que lidar com as verdadeiras questões do coração abre o caminho, continuamente, para a cruz. E na cruz acha-se o perdão. Respostas cristãs verdadeiras não podem ser produzidas por pensamentos legalistas, ele afirma.
É importante lembrar também que Deus é o referencial para treinar o caráter do seu filho. Sua instrução deve ser paciente. Ensinar a depender de Deus é um processo, não um evento. Chamar seu filho para ser o que ele não pode ser à parte da graça - esse é o caminho. E não o contrário. Quando você baixa o padrão, oferecendo-lhe algo que possa realizar sozinho, você reduz a necessidade que ele tem de Deus.
Tripp indica a leitura frequente do livro de Provérbios com seus filhos. Ele acredita que ela fornece muitas oportunidades para se pensar sobre os perigos do pecado sexual e as alegrias da liberdade sexual dentro do casamento. Ele explica também importante que seus filhos saibam que há uma dimensão sexual no relacionamento entre mamãe e papai; caso contrário, os casos fraudulentos na TV e nas vidas de pessoas ímpias são a única expressão de sexualidade que eles veem!
O autor entende que os pais tendem a ver o comportamento de seus filhos em termos muito ingênuos e diz que estar preocupado com o caráter o afastará do hábito de lidera com seus filhos como se fossem bebês!
Talita Obrigada por me passar o seu blog... já passei para todas as minhas amigas grávidas e que já são mães. O que mais Gostei é que vcs tem princípios que são os meus também.
ResponderExcluirOi Kathy,
ResponderExcluirEspero que as postagens abençoem suas amigas e que encorajem você e seu esposo a "encomendarem" um bebê também, rs!
Um abraço, Talita