Olá a todas!
Puxa, quantos meses estou sem publicar. O tempo realmente voa! Os últimos meses foram intensos e desafiantes para a nossa família. Meu marido ficou por 1 ano desempregado (apenas fazendo trabalhos avulsos de casa), eu finalmente concluí os meus estágios e terminei a faculdade - sim, agora sou oficialmente pedagoga! - e, por fim, estou GRÁVIDA de novo. Vem aí mais uma menininha para perfumar o nosso jardim de flores, hehe. Estamos felicíssimos. Esta semana completei 26 semanas e em breve (espero!) pretendemos nos mudar de casa para acomodar melhor a nossa família que cresce e também para ficarmos mais próximos do local de trabalho do marido que é em outra cidade. Muitas novidades, né? Os detalhes de como está a gestação, os planos para o parto, o homeschooling, os novos aprendizados e afins ficarão para uma próxima oportunidade porque hoje eu vim especialmente para publicar o relato de parto VBAC (vaginal birth after caesarean) de uma amiga da época de escola, a Juliana Dawel Laviola.
Um relato emocionante!! Confiram abaixo. :)
Um abraço,
Talita
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Trabalho de Parto –
Ju e David – 19/03/15
Introdução: Meu
primeiro parto foi uma cesariana provavelmente desnecessária. Digo
provavelmente porque não há como ter certeza, a desculpa da médica:
desproporção céfalo-pélvica. Essa é uma real indicação de
cesárea, porém, muito rara. Dadas as condições: bolsa rota sem
trabalho de parto às 7:00, internação precoce às 9:00, indução
com ocitocina sintética, puxos dirigidos durante quase todo o
processo, anestesia com somente 4 pra 5 cm de dilatação, muito
cansaço e indicação às 17:30 me levam a crer que realmente houve
falta de paciência para a evolução completa do TP. Isso me
frustrou, e muito. Não sei porque, mas sou uma mulher com vontade
imensa de parir meus filhos, por isso a frustração. Deitar naquela
maca e abrir a janela para os familiares me fez sentir-me exposta, uma
atração de circo, durante um momento de chateação. O meu
problema: eu gosto de pensar nos outros e neste momento, era a última
coisa que devia ter feito. Quis respeitá-los pelas horas de espera e
dá-los o gostinho de verem a Nicole nascer. Todos estavam muito
felizes, recebi sorrisos sinceros naquele momento, amo a todos que
ali estavam mostrando seu amor por mim e pela mais nova integrante da
família, porém, fiz errado, não foi bom pra mim.
Alguns conceitos do
mundo do "parto com respeito" me foram apresentados pela Talita, que
hoje me convida para escrever em seu blog. Mas não me lembro
exatamente como fui me aprofundando no assunto. Antes de engravidar,
lia muitos relatos de parto, assistia a vídeos de parto e comecei a
estudar e compreender o que havia acontecido comigo e chegar a uma
conclusão: eu queria parir sozinha, em meu lar, no aconchego da
minha casa, sem plateia, sem que ninguém soubesse, inclusive. Queria
o melhor para meu bebê, o menos traumático para ele, mesmo que
exigisse que eu passasse pela maior e mais intensa dor da minha vida.
Mas, como estava aprendendo, seria dor de vida, dor que valia a pena,
dor que traria meu bebê da maneira mais saudável e natural possível.
Era isso o que eu queria, estava decidida!
Engravidei, fui atrás
da minha equipe. Conheci a Ana Cristina Duarte e me identifiquei com
sua simplicidade e profundo conhecimento do assunto. Me senti segura.
O restante da equipe escolhi por indicações dela: Janie Paula
(doula) e Juliana Sandler (médica obstetra para plano B - caso
precisássemos ir para o hospital numa emergência ou até por opção - e para acompanhamento do pre-natal em conjunto com a Ana Cristina).
Às 38 semanas e 6 dias, entrei em trabalho de parto. Segue meu
relato como foi sentido por mim:
Era quarta-feira, a
madrugada havia sido estranha… acordei umas 4 vezes com dor forte,
uma cólica, que passava após alguns minutos. Levantei por volta das
10:00 com a Nicole - 2 anos e 11 meses - me chamando: “Quero leite, mamãe”.
Segui com a minha rotina, as contrações vinham fracas, mas não
paravam. Não avisei a Janie, minha doula, afinal, estava em pródromos há 4
dias, o tempo todo em contato com ela, que me dizia: “Viva a vida!
Aproveite os últimos dias de barriga! Coma coisas gostosas! Faça
tudo o que quer e gosta! Pode ser hoje, mas pode não ser! Não fique
parada esperando o TP (trabalho de parto) começar!” OK! Então era
isso… continuei vivendo! A Nicole não iria à escola naquele dia, pois tinha
pediatra. Combinei horário com a minha sogra, que iria me acompanhar
na consulta. Mas doía… estava ficando com medo… deveria mesmo
sair de casa? "Ju! Sem fazer alarde! Não avise ninguém! Viva a vida!" Liguei a TV para Nicole e fui deitar… não conseguia fazer mais
nada.
Ao meio-dia resolvi
contar contrações. Pensei: "Não é possível que isso seja normal,
estão muito frequentes, não param!". Sim, estavam regulares, a cada 3
minutos. Mandei mensagem pra Janie que me disse: “Não saia de casa
e chame seu marido. Ainda não sabemos se vai engrenar, mas fique
quietinha no seu lugar”.
Cancelei com a minha
sogra e fui sentar com a Nicole no sofá. E ela, tão sensível, me
surpreendeu: “Mamãe, vai deitar na sua cama, você precisa
descansar”. “Mas, eu quero ficar com você”, respondi. E ela:
“Não mamãe, eu fico aqui sozinha, você vai lá na sua cama
descansar”. Então eu fui! Não sei quanto tempo se passou até que
a Janie me ligou: “Ju, to indo para aí. Vai tomar um banho bem
relaxante”.
Chamei a Nicole a
fomos as duas para o chuveiro. Sentei num banquinho e a coloquei na
banheira no chão. Era muito bom ficar lá! Enquanto brincava na
água, ela dizia: “Sabia que tem uma Gabi (Não me perguntem porque
esse nome!) na minha barriga? Ela vai sair hoje…” Mesmo eu não
tendo falado nada, ela percebia tudo! Como duvidar da sensibilidade
das crianças?
Saí do banho e pouco
tempo depois, o Daniel chegou. Me deu um abraço e me confortou: “É
hoje! Vamos conhecer o nosso bebê!” Mas eu não acreditava que
poderia ter chegado a hora e dizia: “Calma, pode regredir, não
sabemos se é hoje”. Eu continuei deitada e ele foi até a cozinha
e voltou com uma cesta cheia de guloseimas deliciosas que ele mesmo
vinha comprando nas últimas semanas especialmente para o TP. Tinha
chocolate, castanha de caju e iogurte. Durante as primeiras horas,
comi quase tudo! Foi muito bom ter essas guloseimas ao meu lado e o
incentivo de todos ao redor para que eu comesse porque, se dependesse
de mim, não teria tomado nem água!
Logo em seguida (devia
ser umas 14:00) chega a Janie, a minha doula, e a querida Anna Amorim,
que escolhi para fotografar este momento. Ela, tão sensível e
experiente, também me trazia palavras de conforto. Janie me deixou
muito à vontade, fazia cafuné, massagens e até uma trança no
cabelo ganhei! Decidimos chamar a minha sogra para buscar a Nicole,
afinal, ela não queria ficar por perto e insistia que eu
descansasse!
Após a chegada delas,
perdi totalmente a noção do tempo. As contrações se aproximavam e
eram cada vez mais doloridas (aliás, umas mais fortes e outras
menos). Finalmente me convenci de que estava chegando a hora e me
animei, achava que até as 22:00, o David teria nascido. Imaginei
chamar a família para vir conhecê-lo no mesmo dia, comeríamos uma
pizza e celebraríamos!
A Janie me aconselhou
a levantar, caminhar. Disse que a Letícia (obstetriz auxiliar da Ana
Cris) estava chegando. Fui para a sala e lá fiquei conversando entre
as contrações, curtindo o momento! Sim! É possível curtir um TP!
Meu marido tocava violão para mim, era um som agradável, que me
trazia muita paz.
A Letícia chegou* e
me examinou. Disse que estava tudo ótimo e evoluindo.
Dilatação
acontecendo!
Ok! Eu sentia que
estava conquistando cada etapa, e que estava fácil. Apesar das
dores, me sentia ótima! Sentei na bola de pilates e descansava o
corpo na cama entre as contrações. A dor era intensa na região
lombar. Janie fazia massagens e aquecia com uma manta elétrica. O
calor ajudava muito! Eu vocalizava a cada contração, orientada pela
Janie. Emitir um som ajudava, aliviava.
Em seguida fui para o
chuveiro. Sentada na bola de pilates deixava a água escorrer, hora
nas costas, hora na barriga. A dor nas costas era definitivamente a
mais intensa. Eu continuava tranquila e, neste momento, entendi o que
era a famosa “partolândia”: para mim, foi um estado de
semi-consciência, onde, em meio à dor, se sente prazer e, os
pensamentos se misturam e pouco se consegue falar. A bolsa amniótica
ainda estava íntegra e eu já estava imaginando meu bebe nascendo
empelicado (quando nasce envolto na bolsa amniótica). Sempre achei
este fenômeno incrível e adoraria presenciá-lo! Daniel sentou num
banquinho à minha frente e segurava a minha mão, me incentivava,
falava poucas palavras, mas a sua presença era tudo que eu precisava.
Me sentia segura.
Enquanto eu estava no
chuveiro, elas enchiam a piscina na sala. Saí do chuveiro direto
para ela. Foi uma sensação deliciosa! O tempo passava e, da
piscina, voltei para o chuveiro, o dia havia escurecido, mas não
tinha ideia do horário e nem me passou pela cabeça de perguntar! A
dor aumentava, durante as contrações, um pensamento: Não
aguento mais! Quanto falta?
“Ahhhhhhh”, vocalizava e o tempo passava. Eu tinha ânimo, estava
perto, deveria estar, só podia estar!
Não sei em que
momento a Ana Cris chegou*. Na partolândia, perdi a noção do tempo
e da sequencia exata de eventos! Em um determinado momento,
dentro da banheira, ela me pediu permissão para fazer um toque. Me informou um colo de 8 cm… Desanimei tudo o que havia
animado… Ela, com um sorriso no rosto, disse que estava tudo ótimo e que estávamos indo bem.
Eu relaxava contra a
parede da piscina em cada intervalo. Fechava os olhos e até
cochilava. Neste momento ganhava força, me recuperava para a próxima
contração. Ficava maravilhada com essa perfeição, um tempo de
descanso, onde tudo passa e os pensamentos invertem: Nem
foi tão ruim assim. Estou indo bem, até que é fácil!
Neste momento*,
finalmente veio uma vontade de fazer força (comparando hoje à
força que fiz no expulsivo mesmo percebi que a vontade que tive
neste momento não se comparava à força necessária). Me animei!
Fiz uma, duas, três… não sei quantas mais… mas nada acontecia.
Sentia, agora, que o David ainda estava longe. Tentei chamar por ele:
“Vem, David. Vem, bebê!”.
A dor, intensa, sim, mais do que eu
imaginei que seria. Em meio aos pensamentos daquela semi-consciência
maluca, eu disse para a Janie, que estava sentada atrás de mim, na
beira da piscina: “Acho melhor...”, “O que é melhor, Ju?”,
“Acho melhor eu tomar uma anestesia”, “Eu não acho, Ju... seu
corpo está trabalhando. Deixe a dor agir. Deixe ela fazer o que ela
precisa fazer.” Eu queria muito saber quanto faltava, mas a cada
contração a única coisa que era possível saber é que era uma a
menos, uma mais próxima de eu conhecer o David.
Ana Cris pediu para me
examinar de novo, desta vez durante uma contração. A bolsa estava
muito firme. Chegava a entrar no canal de parto e voltava. Isso me
fazia sentir vontade de fazer força, mas esta vontade não vinha em
todas as contrações e não era forte também, como eu sempre havia
ouvido que seria. Me sugeriu que eu tentasse estourar a bolsa. Eu não
queria sair da água, mas fui convencida. Isso aceleraria o processo.
Ficar em pé deveria
ajudar, me pendurei no Daniel, as contrações eram alucinantes,
literalmente, não me sentia mais dentro de mim. Sensação única e
inexplicável. Segui as orientações e fiz uma série de puxos
dirigidos (quando se faz força durante a contração, mesmo sem
vontade). E nada... a bolsa não estourava. Depois de um tempo*, Ana
Cris me deu a opção de ir para o hospital para realizar o
procedimento de rompimento artificial da bolsa. Eu queria muito que o
David nascesse em casa. Não aceitei de cara. Quis continuar mais um
tempo. Letícia acompanhava os batimentos do bebê durante as
contrações. Mais tempo passou e nada. Eu não queria mais fazer
força, estava começando a ficar com medo. Os pensamentos invertiam
novamente... Não estava dando certo. Num determinado momento, Ana
Cris se levanta e diz: “Ju, vamos ter de terminar no hospital”.
Ela explicou que estava tudo bem, que houve uma pequena desaceleração
nos batimentos cardíacos do bebê fora de contração. Ainda não
era considerado um padrão anormal mas, por precaução, deveríamos
acelerar as coisas, e tinha de ser no hospital.
Misto de frustração
e alívio, este era o sentimento do momento. E medo, também havia o
medo… como sair do apartamento para a rua com dor? Como seria o
trajeto? Vai dar tudo certo? Voltei a mim, ou seja: racional,
calculista, preocupada, insegura… perdi toda aquela sensação
única causada pelas fortes doses de ocitocina correndo pelo sangue a
cada contração. Perguntei que horas eram para a Ana Amorim: “3:00”.
Não acreditei! Pensei: "Era pra ter nascido há muito tempo! O que há de
errado comigo?!". Comecei a duvidar da minha capacidade de parir meus
filhos.
Descemos de elevador,
entramos no carro, chegamos ao hospital: deu tudo certo até aqui. A
entrada para a sala de parto foi rápida. Ao encontrar com a Dra. Juliana, GO escolhida a dedo para ser o plano B, pedi anestesia. Sua
resposta: “Calma, vou examiná-la”.
Na sala de parto*,
deitada na maca, conheci a Dra. Vânia, pediatra também escolhida com
carinho para cuidar do meu maior bem dentro da frieza daquele
hospital. Lembrei-me de me desculpar por ter faltado em sua consulta naquela tarde. A Dra. Ju então disse: “Vamos para a banqueta, seu
bebê já vai nascer!”
“Não, mas eu quero
anestesia! Por favor, por favor!” Eu queria desistir: Pare essa montanha russa porque eu quero descer.
Mas o parto é realmente como uma montanha russa, depois que apertou
o cinto, tem de sentir cada frio na barriga até que ela volte ao
ponto de partida.
“Ju, você não
precisa dela. Seu bebe está pronto, vai nascer já, você aguentou
até aqui, agora está muito perto!”.
“Mas eu não quero
mais. Por favor!”, falei enquanto levantava e me dirigia à
banqueta, apoiada pelo Daniel. Ao sentar, Janie com seriedade falou:
“Só você pode trazê-lo para seus braços! Você quer isso! Você
pode e consegue! Força, falta muito pouco!”.
Dra Ju estourou a
bolsa assim que me sentei. Não me lembro de sentir nada neste momento e
tudo passou muito rápido dali pra frente. Foi mais de uma hora, mas
para mim foram como 5 min!
Ao me sentar, me senti
no centro de um estádio, a ponto de alcançar a maior vitória da
minha vida. Todos os rostos ao meu redor radiantes, sorrisos para
todos os lados, e uma grande torcida: “Vamos Ju, você consegue!
Está quase lá! Não desista! Força Ju, força”. A voz do Daniel
em meio às outras se destacava e me dava segurança. Se ele está
dizendo é porque está tudo bem, realmente está perto, eu
realmente consigo.
O tempo passou rápido
daqui pra frente. Bolsa estourada, eu concentrada ao máximo, não me
lembro da dor, mas sim uma pressão, imensa: vou
estourar, vou explodir, como faz isso?!
“Ele está aqui Ju, olhe!” No espelho eu via os seus cabelinhos: “Que cabeludo Ju, ele vai
nascer! Força!”, era o Daniel, novamente, o melhor incentivo que
eu poderia ter!
Alguém pegou minha
mão: “Toque nele, faça carinho, Ju!” Ainda dentro de mim senti sua
cabecinha, quente, macia. Olhava no espelho, aquilo era
inacreditável! Que sensação única, que coisa linda! A cada
contração força, muita força, do tipo que não sabia que havia
dentro de mim!
E sua cabecinha saiu!
Eu não acreditava!
Estava cansada, exausta, mas estava acabando. Só
mais uma Ju!
(Sim, eu acreditava que ele viria em só mais uma contração.) E
assim foi, ele veio e foi amparado pelas mãos do pai.
Daniel me
entregou ele: “Pegue Ju, pegue seu filho! Ele nasceu, você conseguiu, Ju!” Era muita emoção, eu ouvia seu choro, mas estava sem reação,
como se o tempo tivesse parado, eu congelada. Tudo continuava em
movimento à minha volta, mas eu travei. Tudo isso em frações de
segundo… Peguei meu bebe no colo, o encostei no peito, tão quente,
liso, todo molinho. Ele parou de chorar no mesmo instante que toquei
nele. Que mágico, sobrenatural, incrível, sensação única,
maravilhosa!
Em minha mente, agradeci a Deus, que criou este sistema,
que criou a relação mãe, filho e parto, que é vivido só pelos
dois, juntos, numa sintonia única, que se completam um pelo outro: o
bebê e sua mãe, eu e o David. Daniel chorava ao meu
lado, emocionado, me elogiava: “Como você foi incrível, Ju! Que
mulher! Nunca mais vou olhá-la com os mesmos olhos! Você foi
demais!”. E elogiava o bebê: “Como ele é lindo, perfeito! Que
incrível!” Deixei que ele proferisse as palavras, pois eu, só
conseguia sentir... e olhar, e cheirar e ouvir, seus grunhidinhos. Curti, curti e curti aquele momento, aquele corpinho contra o meu,
ainda ligado pelo cordão dentro de
mim.
Me acordaram!
Precisava levantar para deitar de volta na maca. E eu levantei,
apoiada mas sozinha, andando, após o parto. Isso é possível!
Deitei na maca com ajuda, pois o segurava como se fosse um cristal,
caro e delicadíssimo. Olhei no relógio: 4:50! Mais uma contração,
fraca, quase sem dor, e nasceu a placenta. O órgão que manteve vivo
meu filho por 9 meses me foi apresentado. Apertei o cordão ainda
ligado ao bebê, todos aguardaram para que ele recebesse todo sangue,
tão rico, presente no cordão enquanto pulsava. E ele foi cortado
pelo Daniel quando parou de pulsar.
Deitado sobre mim
estava meu presente, minha vitória, tão pequeno. Quis então passar
a mão, conferir! Perninhas, mãozinhas, as costas, enrugada e macia,
cabeça cheia de cabelo, olhos apertadinhos, mas abertos, bem
abertos, olhavam para mim. Coloquei-o no seio e ele mamou,
lindamente! Sim, nasce sabendo! E era meu, só meu.
Estava dentro de
mim e eu o trouxe para meus braços, sozinha (porque sim, era aquele
o meu papel), mas acompanhada, por pessoas que me ajudaram, demais e
sem as quais nada teria sido como foi: Daniel, Janie, Ana Cris,
Letícia, Dra Ju, Dra Vania e Ana Amorim. Meu eterno obrigada!
*LEGENDA de horários aproximados:
12:00 - comecei a contar as contrações
14:00 - a doula chegou
17:30 - a parteira Letícia chegou
21:00 - a parteira Ana Cris chegou
00:00 - senti a primeira vontade de fazer força
2:00 - Ana Cris sugeriu irmos para o hospital para romper a bolsa
3:30 - cheguei no hospital e fui examinada pela médica na sala de parto
4:50 - David nasceu!
No total foram 17h de TP calculadas a partir do momento em que comecei a contar as contrações.