A Alícia completou 5 meses no último sábado. Esse mês foi conturbado e cheio de desafios!
Dificuldade com a amamentação
O principal deles foi a dificuldade com a amamentação, um gigante e tanto para derrubar. Vou pintar abaixo o cenário para vocês entenderem como foi que tudo aconteceu.
Para começar, tivemos dias bem agitados com algumas programações atípicas fora de casa... um velório, dois casamentos, uma visita à maternidade, uma festa de aniversário de criança, alguns eventos, um encontro de mulheres e duas viagens de fim de semana para o interior - fora as minhas idas semanais à empresa e as visitas rotineiras ao médico que, por si só, já envolvem muito trabalho de preparação para sair de casa! Meu marido está encabeçando um projeto importante da empresa e, por isso, além da jornada diária que ele passa lá, ele tem dedicado muitas madrugradas em casa para acompanhar e orientar o programador! Isso acarretou alguns problemas à sua saúde (primeiro pensamos que fosse o coração, mas graças a Deus era apenas uma gastrite no estômago!) que ele agora está tendo de tratar. Isso também envolveu uma ida ao laboratório para acompanhá-lo na realização de uma endoscopia. O clima seco do último mês também trouxe dificuldades para a saúde das meninas, principalmente a da Alícia que ficou com o peito carregado de catarro e uma forte tosse com pigarra - ainda está sendo preciso fazer inalação algumas vezes por dia. Para completar, além de todas essas atividades e episódios intensos, outros conflitos estressantes relacionados à igreja e à escola da Nicole aconteceram e contribuíram para aumentar a tensão emocional. Tudo na mesma época, incrível! Até a saída mensal que meu marido e eu sempre fazemos (sem as meninas) pra relaxar e focar um no outro precisou ser cancelada.
Por tudo o que aconteceu, fiquei cansada, MUITO cansada! Para ser mais exata, acho que dá pra dizer que fiquei exausta e, com isso, vi nitidamente a minha produção de leite diminuir!! O que gerou OUTRO grande problema! Conseguiu imaginar a situação?
Sim, é uma bola de neve! E o ciclo fica difícil de ser quebrado, veja só:
seu leite diminui > a bebê não mama direito e com fome acorda mais cedo do que o habitual para as mamadas > a rotina vira uma bagunça > a produção de leite não acompanha o ritmo > a bebê impaciente chora muito pra mamar e volta a acordar durante a noite, o que por sua vez resulta em dias longos e noites mal dormidas > você não dorme/descansa o suficiente e o seu corpo não consegue dar conta de se recuperar para que a produção aumente!
De imediato tentei resolver a situação oferecendo o outro lado, mas logo vi que não estava sendo suficiente para saciar a fome dela. Depois comecei usar a bombinha para tirar leite após a mamada para mandar ao meu corpo a mensagem de que a demanda tinha aumentado e de que era preciso produzir mais. Claro que a sucção da bombinha elétrica é bem menos eficiente do que a sucção do bebê, principalmente a Alícia que sempre sugou muito forte, porém após curtos minutinhos mamando (apenas 2-3 de cada lado) ela se irritava muito e não queria mais continuar, só chorava. Preocupada porque, mesmo depois ficar um tempão tentando tirar leite com a bombinha elétrica, somente algumas míseras gotas saíam, resolvi tirar o leite antes da mamada para verificar quantos ml eu estava produzindo. Essa é uma das dificuldades de se amamentar, não se pode precisar de fato quanto de leite foi ingerido. Para meu desespero, só consegui tirar 60 ml, o que é muito pouco!! Imagine, eu já tinha tirado chegado a tirar 120-150 ml de excesso (dos dois lados) em outras ocasiões (após ela mamar). Não é à toa que a minha filha estava tão brava e chorona!
Cheguei a achar que não conseguiria mais amamentá-la. Até comprei uma lata grande de Aptamil. Nenhuma mãe quer ver seu bebê passando fome! Cheguei a oferecer o leite industrializado algumas vezes para complementar a mamada, mas ela só aceitou uma vez e mamou 50 ml. Das outras vezes não sei se ela recusou porque estranhou o gosto ou se foi mesmo porque ela não estava mais com fome, vai saber!! Eu sei que continuei monitorando de perto cada fralda e elas estavam sempre molhadas (algumas vezes encharcadas) apesar de na maioria das mamadas, principalmente nas da tarde e noite, o meu peito quase não encher como antes. A bem da verdade, olhando pra trás agora e analisando a situação, eu acho que se ela tivesse aceitado de pronto o leite industrializado todas as vezes que eu ofereci, eu teria pegado o atalho! Eu só pensava em desistir. Pelo meu cansaço físico e mental, pensei inúmeras vezes em largar mão, colocando na balança se realmente valeria a pena o esforço necessário para conseguir reverter a situação.
Eu sabia que precisava ingerir mais líquidos e descansar, mas não estava conseguindo. Meu marido fez o que pôde pra me ajudar, vinha sempre com um copão de água pra eu beber mesmo eu não estando com sede e, quando podia, fazia o que dava para eu poder dormir um pouco mais. Minha amiga Tine sugeriu que eu largasse mão da rotina estruturada por alguns dias e amamentasse a cada 2 horas, se ela aceitasse. Foi sacrificante porque eu já estava super preparada para fazer a transição para a rotina de 4 horas (em que o bebê mama, fica acordado por 2 hs e depois tira uma soneca de mais 2 hs). Mal sabia eu o que ainda teria de enfrentar! No início do mês, fui ver minhas anotações sobre quando fizemos a transição de rotina com a Nicole, minha primeira filha, e vi que por vacilo meu já estávamos atrasadas em algumas semanas para fazer a mudança!! Cheguei até a fazer a mudança por um ou dois dias, mas daí os problemas de produção vieram. Na verdade, a semana que eu escolhi pra fazer a mudança calhou de ser bem quando ela passou por um pico de crescimento (growth spurt) e precisou aumentar o consumo de leite!
Como já disse uma outra amiga (Luciana) quando uma situação inesperada e turbulenta aconteceu na vida dela: "tudo isso para eu depender ainda mais do Senhor!". Faço minhas as palavras dela. Ainda mais porque foram raras as noites neste mês que a Alícia não acordou pra mamar também de madrugada, algumas vezes mais de uma vez! Beeeem diferente do planejado.
O desfecho (se é que ele já aconteceu) é que continuamos na luta. A rotina está mais ou menos estruturada novamente, a Alícia mama a cada 2h30 min a 3 horas (às vezes dos dois lados e às vezes de um só) e está começando a esticar as noites novamente (porém ainda acorda 1x e eu a amamento), enfim... pelo menos parece que a fase pior já passou... e sobrevivemos! Graças ao bondoso Deus que nos fortaleceu nos momentos difíceis.
Os pontos altos do mês
Não estaria sendo justa se omitisse que também houve vitórias esse mês. A primeira delas é que o intestino da Alícia regularizou! Ela tem evacuado praticamente todos os dias agora (e em alguns até mais de uma ou duas vezes, como a irmã fazia), o que é um grande alívio. Outra novidade é que o tempo acordada dela se estendeu para 1-2 horas e senti que ela deu um grande salto em desenvolvimento esse mês! Com a minha ajuda segurando-a pelas mãos ela firma as perninhas pra ficar em pé (por alguns segundos), quando está deitada em inclinação faz força com o tronco para se sentar, já descobriu as mãozinhas (e as fica observando com muita atenção) e está cada vez mais risonha e esperta, emitindo diferentes sons com a boca como quem quer conversar. Apesar do mês turbulento, a Alícia continua sendo uma bebê serena que alegra e encanta as pessoas com sua simpatia.
Comentário sobre os diferentes bicos de mamadeira
Antes de concluir, queria só fazer um rápido comentário sobre a experiência de recusa de minha filha em aceitar o leite materno oferecido na mamadeira no mês passado. Duas semanas após esse episódio decidi tirar leite de novo e o ofereci . E advinhem?! Dessa vez ela o aceitou! Inclusive, mamou sozinha segurando a mamadeira com as mãozinhas!
Achei tão lindo que registrei, vejam:
A moral da história é a importância de não se desesperar e insistir com algo. Não é porque o seu bebê recusou a mamadeira (a chupeta, um alimento ou o que for) uma vez que você deve se dar por vencida. Espere alguns dias, tente outras vezes, de outras formas e, acima de tudo, faça as coisas com calma e paciência para superar os obstáculos!
Um abraço!