O fato é: ter uma empregada
doméstica, algo tão comum no Brasil, ficou mais caro. E não sou otimista: a
tendência é piorar, porque o salário mínimo subiu consideravelmente nos últimos
anos e seguirá subindo. Assim, daqui um tempo uma família de classe média
realmente não terá mais essa ajuda providencial. A solução, em um primeiro
momento, será recorrer a diaristas, mas para um segundo momento, acredito que
essas profissionais também reajustarão seus valores.
Concluo que logo seremos como os Estados Unidos. Ajuda com a
casa será coisa de rico.
Vocês leitoras devem se perguntar o que esse assunto tem a
ver com blog de maternidade. Minha resposta? Tudo.
Minha avó tinha empregada. Minha mãe
tinha empregada. Nenhuma das duas nunca considerou que eu não teria uma. Fui
criada sem aprender a fazer coisas básicas como lavar uma roupa bem lavada,
passar direitinho ou fazer comida. Essa nunca foi uma preocupação dos meus
pais, porque sempre consideraram que eu teria ajuda, ainda que de uma diarista.
E isso não aconteceu só comigo.
Praticamente TODAS as minhas amigas foram criadas do mesmo jeito. É
extremamente raro encontrar alguém da classe média com filhos sem ajuda de, ao
menos, uma diarista. Acho que esse é o caso de boa parte de nossas leitoras.
Mas agora ficou evidente que a
perspectiva para o futuro é outra. Vejam, não queria entrar nesse mérito, mas
acho que não vai ter jeito: essa emenda constitucional só fez “cair a ficha”.
Já estava bem evidente que essa mudança de paradigma aconteceria. Hoje,
faxineiras ganham bem, conseguem estudar seus filhos e não os criam para serem
faxineiros no futuro. O mesmo vale para empregadas. Alguém duvida que faltaria
mão de obra no futuro, se é que já não falta nos dias de hoje? E qual é a lei básica
de mercado? Se a oferta é menor que a procura, o preço sobe.
Cá estou eu educando minha filha
de três anos e meu filho bebê e percebo que tenho que fazer algo inédito até
para mim: ensiná-los a cuidar da casa. Ensinar e exigir que participem das
tarefas de casa, principalmente agora, não é só algo sobre disciplina. Eles vão
precisar disso mais para frente, quando contratar uma empregada não for mais
uma opção! Sim, leiam bem: tenho
plena convicção que dificilmente todos terão empregados ou até diaristas daqui
uns 20 anos.
Como mãe pró-ativa, preciso me adequar
a essa nova perspectiva e me esforçar para ensinar “as prendas” aos meus
filhos, tanto quanto exigir um bom aproveitamento escola (tudo bem que a Gi
ainda não tá nessa fase, mas entenderam, né?). Isso começa desde cedo. O Vini
precisa me ver guardando seus brinquedos. A Gi terá tarefas, ainda que simples,
como guardar os copos, panelas e enxugar a louça não perigosa.
Aos poucos, meus filhos
aprenderão e serão responsáveis por coisas diferenças. Eu não serei a única
beneficiada quando cada um fizer sua tarefa... eles colherão os melhores
frutos: saberão cuidar da casa e já estarão disciplinados e acostumados a desempenhar
as tarefas.
Caiu a ficha?
É verdade Fabi! Aqui (nos EUA) meus filhos PRECISAM me ajudar, ou fico louca. Deixo bem claro pra eles que se eles me ajudam mais, eu tenho mais tempo para eles. Se eles não ajudam, não sobra tempo para brincarmos. É o fato. Também acabam aprendendo que dinheiro não cai da árvore, e para ganhar dinheiro é preciso se esforçar...por isso falo para eles que tudo o que fazem aqui em casa é um "trabalho" ou "tarefa" deles, e recebem por se esforçarem. Quando ajudam, dou moedinha... quando juntam o suficiente, sentem o privilégio de terem trabalhado pelo dinheirinho e poderem escolher algo para comprar!
ResponderExcluirO Tiago já guarda sua roupa sozinho e a Larissa pede para me ajudar a limpar o banheiro...rsrs. As vezes da até mais trabalho, mas deixo ela ajudar! :)