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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

domingo, 23 de dezembro de 2012

Parto no Brasil: a caminho da humanização - parte 4

Finalmente, eis a última parte dessa série de vídeos sobre assistência humanizada ao parto!

Eu queria ter vindo publicá-la antes (aposto como muitas não esperaram e assistiram aos vídeos direto pelo youtube, rs), mas estou aproveitando as férias para colocar um monte de coisa em ordem aqui em casa, dentre elas renovarmos a pintura das paredes externas da casa. Pois é, muita coragem e muito trabalho! = )

Para quem perdeu, seguem os links para as últimas postagens sobre o assunto de hoje.

Parto no Brasil: a caminho da humanização - parte 1
Parto no Brasil: a caminho da humanização - parte 2
Parto no Brasil: a caminho da humanização - parte 3

Para variar, gostaria de fazer alguns comentários sobre o conteúdo da terceira parte!

1 - Vocês perceberam qual foi a principal estratégia da obstetra para aquela moça que teve uma bebê de 4,300 kg sem episiotomia e nenhuma laceração? "Exercícios para relaxar e suporte contínuo". Fiquei até com inveja dela, rs! Quem já passou por uma experiência de assistência não humanizada ao parto que o diga, não é mesmo? Sei que corro o risco de me tornar chata ao repetir o tempo todo como foram horríveis aquelas muitas horas que passei presa à cama de hospital antes da Alícia nascer, mas é que simplesmente não me conformo que não queriam me deixar levantar da cama para caminhar ou fazer xixi. Por quê? Porque recolocar o cardiotoco daria trabalho pra enfermeira (ela não disse com essas palavras, mas ficou implícito quando a funcionária do hospital me mandou fazer xixi na comadre). Oras, onde já se viu! Essa mesma funcionária também demonstrou má vontade quando eu falei que a minha médica tinha dito para eu caminhar para ver se o TP evoluía melhor. Ela não quis me desconectar do soro e não dava para caminhar arrastando aquele equipamento numa sala pequena. Simplesmente ridículo. O Hospital e Maternidade Santa Joana tem uma equipe de pós-venda que entra em contato para fazer uma pesquisa de satisfação do serviço prestado, e depois do parto da Alícia eu reclamei da equipe noturna que me atendeu (depois da troca de turno às 7:00 parecia outro hospital). Falei como tinha me sentido e a pessoa ficou até sem graça do outro lado da linha, mudando de assunto rapidamente. Olha, nada como orientação adequada quanto a exercícios para relaxar e suporte contínuo para nos ajudar física e emocionalmente nessa hora!

2 - Correndo o risco de chover no molhado, vocês viram bem qual é o segundo passo para atenção humanizada ao parto? Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto! E a doutora ainda acrescentou: ver se ela está hidratada, ver se ela está indo ao banheiro... e nada de métodos extremamente sofisticados, como a cardiotocografia, para fazer a monitorização fetal porque a simples ausculta fetal a cada 30 min basta! Pois é, mas deixar o cardiotoco na barriga da gestante e sumir da sala é muito mais fácil, considerando que era de madrugada, né minha gente! E o que falar do bem-estar físico? Tive um quadro de 9 meses de enjoo e mal-estar nas 2 gestações (vomitava bile se não comesse frequentemente). No parto da Alícia, fui muito categórica com a minha médica quanto a isso (porque no parto da Nicole eu vomitei no fim do trabalho de parto!) e, por isso, ela liberou uma dieta leve pra mim. Mas ela estava cambaleando de sono e não ficou conosco na sala. Nem ela, nem a enfermeira, nem a auxiliar, nem ninguém. Ficamos apenas eu e meu marido. Senti que faltou orientação do que fazer, como fazer, porque fazer, etc. Eu queria explicações do que estava acontecendo e direção! Se fosse hoje, imagino que teria liberado a minha médica pra ir pra casa dormir e solicitado o plantonista do hospital só para poder ter uma pessoa inteira lá comigo, alguém que pudesse me dar orientação e apoio contínuo. Aliás, teria já combinado isso de antemão com a doutora (que ela não precisaria ir se fosse de madrugada e estivesse podre de cansaço) só pra não ficar um negócio chato de eu dizer que não precisava dela, né! Mas vamos combinar: médicos também são seres humanos e precisam de descanso. E, se por um lado, a gente quer privacidade, por outro ficar abandonada (o oposto) também é péssimo. E na minha segunda experiência de parto, por ser de madrugada, foi assim. A enfermeira do turno apareceu na sala somente duas vezes do momento da internação até a Alícia nascer (praticamente 8 horas): para colocar e recolocar o cardiotoco depois que eu insisti que estava muito apertada e não conseguiria fazer xixi na comadre! E a auxiliar só vinha quando eu apertava o botão vermelho pra chamá-la, e vinha com muita má vontade. Será que a equipe da noite daquele hospital aproveita para dormir em horário de trabalho?! Desconfio que sim.

3 - A ausculta com a mulher deitada pode ter falso positivo? Nunca tinha ouvido falar disso. Em todo o meu pré-natal e em todos os médicos que fui a ausculta era feita comigo deitada! E com vocês?

4 - Mulheres que já fizeram o toque, existe algo pior?! Sim, quando é feito por um profissional cansado (com movimentos letárgicos e mais desgovernados) fica bem pior!

5 - Eu achei interessante a informação de que o ideal é que a mulher se acomode num ambiente com privacidade para evitar um estímulo muito acentuado do neocortex nessa hora. Eu lembro que no parto da Nicole eu até me assustei com o número de pessoas que de repente entrou na sala, foi aquela muvuca de gente pra lá e pra cá! Mas é claro que eu estava tão focada em fazer força que não chegou a atrapalhar.

6 - Em nenhum dos meus partos foi me dada a liberdade de caminhar e muito menos oferecidos métodos não farmacológicos de alívio da dor. Bom saber que existem outras formas de alívio além da anestesia! Eu já tinha ouvido falar que a água quente ajudava e eu lembro de ter comentado com a minha médica no pré-natal da Nicole sobre parto na banheira. A resposta dela foi apenas que no Hospital e Maternidade Santa Joana eu não teria essa opção. Pôxa, mais uma ducha já teria ajudado tanto!! E olha que no dia em que a Nicole nasceu estava muito quente e eu lembro que pedi muito para tomar um banho pra tirar o suor, rsrs.


Parte 4 - 6:11 min

7º Oferecer líquidos via oral durante o trabalho de parto e parto - O jejum prolongado, a hipoglicemia, podem levar a sofrimento fetal, além de desgastar muito a mulher durante o trabalho de parto. A preocupação era que se a mulher precisar de uma anestesia geral e tiver comido, ela tem um maior risco de aspirar o conteúdo gástrico. Entretanto, a chance de uma mulher hoje em dia precisar de uma anestesia geral durante o trabalho de parto é muito remota.

Denise Amorim - Neonatologista

8º Permitir o contato pele a pele entre mãe e bebê e o aleitamento materno precoce - Os recém-nascidos que nascem com choro, chorando forte, respirando espontaneamente, que você olha e ele tem um tônus muscular adequado, que não têm cianose central não precisam de manobras agressivas de reanimação. Começa com o contato pele a pele com a mãe. Esse contato pele a pele vai favorecer uma interação maior entre a mãe e o bebê. Depois disso, você vai secar o bebê e favorecer o contato com do bebê com o peito. Mesmo que ele não consiga sugar naquela primeira meia hora de vida.

Laquear o cordão apenas quando ele parar de pulsar, em torno de 30 a 120 segundos. Esse retardo de você clampear o cordão vai favorecer um volume extra de sangue circulante. Além disso, ele leva também à uma prevenção de anemia, prevenção de hemorragia peri-intraventricular e, no futuro também, há uma prevenção de anemia na criança mais velha.

Melania Amorim - Obstetra e Ginecologista

A OMS recomenda atualmente que toda mulher depois do parto receba profilactamente ocitocina por via intramuscular ou por via intravenosa pra prevenção de hemorragia pós-parto. A gente não tem feito de rotina no pós-parto porque a gente acha que a maior liberação de ocitocina para prevenir hemorragia pós-parto é contato precoce pele a pele, bebê sugando, na sala de parto. Então a gente tem feito um pouquinho diferente da OMS e feito a ocitocina somente em situações de risco pra hemorragia uterina.

9º Possuir normas e procedimentos claramente definidos e utilizar Partograma - O Partograma é um sistema de registro gráfico do trabalho de parto que permite que a gente acompanhe a dilatação, a descida da apresentação, a evolução do padrão de contrações uterinas, e que serve tanto para indicar precocemente alguma intervenção necessária como para evitar procedimentos e intervenções desnecessárias. A revisão sistemática da Biblioteca Cochrane também mostra que o uso do Partograma em países de baixa renda reduz a necessidade de cesariana. Todas as maternidades deveriam ter normas para evitar que cada um aja de sua maneira. O ideal é que a maternidade dissesse: “Não, o que se deve privilegiar são isso, não se deve fazer episiotomia, só agir quando há um consenso ou quando há um indicação respaldada por evidências”.

10º Oferecer Alojamento Conjunto - Mãe e bebê juntos, permanecendo em alojamento conjunto. Aleitamento materno sob livre demanda. Evitar que bebês saudáveis fiquem no berçário, sendo apenas trazidos até suas mães. Faz parte da humanização que a gente ofereça alojamento conjunto, não separar o binômio mãe-bebê depois do nascimento.

De 22/07/2007 a 02/05/2009
176 gestantes e 190 nascimentos (4 pares de gêmeos)

Partos normais - 87,3%
Partos com fórceps - 4,6%

Pre-eclampsia severa (13): 6,6%
2 cesarianas e 11 partos normais

Lacerações maternas pós-parto:
Nenhuma laceração pós-parto: 50,8%
Não necessidade de sutura: 70,8%
Episiotomia: nenhuma (0%)

Cesárias: 8,1%
Total de partos normais: 91,9%

Analgesia no parto: 5,1%
Satisfação materna: mais de 95%

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