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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

domingo, 4 de outubro de 2015

Emocionante VBAC humanizado! Relato de parto natural domiciliar com transferência.

Olá a todas!

Puxa, quantos meses estou sem publicar. O tempo realmente voa! Os últimos meses foram intensos e desafiantes para a nossa família. Meu marido ficou por 1 ano desempregado (apenas fazendo trabalhos avulsos de casa), eu finalmente concluí os meus estágios e terminei a faculdade - sim, agora sou oficialmente pedagoga! - e, por fim, estou GRÁVIDA de novo. Vem aí mais uma menininha para perfumar o nosso jardim de flores, hehe. Estamos felicíssimos. Esta semana completei 26 semanas e em breve (espero!) pretendemos nos mudar de casa para acomodar melhor a nossa família que cresce e também para ficarmos mais próximos do local de trabalho do marido que é em outra cidade. Muitas novidades, né? Os detalhes de como está a gestação, os planos para o parto, o homeschooling, os novos aprendizados e afins ficarão para uma próxima oportunidade porque hoje eu vim especialmente para publicar o relato de parto VBAC (vaginal birth after caesarean) de uma amiga da época de escola, a Juliana Dawel Laviola.

Um relato emocionante!! Confiram abaixo. :)

Um abraço,
Talita

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Trabalho de Parto – Ju e David – 19/03/15

Introdução: Meu primeiro parto foi uma cesariana provavelmente desnecessária. Digo provavelmente porque não há como ter certeza, a desculpa da médica: desproporção céfalo-pélvica. Essa é uma real indicação de cesárea, porém, muito rara. Dadas as condições: bolsa rota sem trabalho de parto às 7:00, internação precoce às 9:00, indução com ocitocina sintética, puxos dirigidos durante quase todo o processo, anestesia com somente 4 pra 5 cm de dilatação, muito cansaço e indicação às 17:30 me levam a crer que realmente houve falta de paciência para a evolução completa do TP. Isso me frustrou, e muito. Não sei porque, mas sou uma mulher com vontade imensa de parir meus filhos, por isso a frustração. Deitar naquela maca e abrir a janela para os familiares me fez sentir-me exposta, uma atração de circo, durante um momento de chateação. O meu problema: eu gosto de pensar nos outros e neste momento, era a última coisa que devia ter feito. Quis respeitá-los pelas horas de espera e dá-los o gostinho de verem a Nicole nascer. Todos estavam muito felizes, recebi sorrisos sinceros naquele momento, amo a todos que ali estavam mostrando seu amor por mim e pela mais nova integrante da família, porém, fiz errado, não foi bom pra mim.
Alguns conceitos do mundo do "parto com respeito" me foram apresentados pela Talita, que hoje me convida para escrever em seu blog. Mas não me lembro exatamente como fui me aprofundando no assunto. Antes de engravidar, lia muitos relatos de parto, assistia a vídeos de parto e comecei a estudar e compreender o que havia acontecido comigo e chegar a uma conclusão: eu queria parir sozinha, em meu lar, no aconchego da minha casa, sem plateia, sem que ninguém soubesse, inclusive. Queria o melhor para meu bebê, o menos traumático para ele, mesmo que exigisse que eu passasse pela maior e mais intensa dor da minha vida. Mas, como estava aprendendo, seria dor de vida, dor que valia a pena, dor que traria meu bebê da maneira mais saudável e natural possível. Era isso o que eu queria, estava decidida!
Engravidei, fui atrás da minha equipe. Conheci a Ana Cristina Duarte e me identifiquei com sua simplicidade e profundo conhecimento do assunto. Me senti segura. O restante da equipe escolhi por indicações dela: Janie Paula (doula) e Juliana Sandler (médica obstetra para plano B - caso precisássemos ir para o hospital numa emergência ou até por opção - e para acompanhamento do pre-natal em conjunto com a Ana Cristina). Às 38 semanas e 6 dias, entrei em trabalho de parto. Segue meu relato como foi sentido por mim:

Era quarta-feira, a madrugada havia sido estranha… acordei umas 4 vezes com dor forte, uma cólica, que passava após alguns minutos. Levantei por volta das 10:00 com a Nicole - 2 anos e 11 meses - me chamando: “Quero leite, mamãe”. Segui com a minha rotina, as contrações vinham fracas, mas não paravam. Não avisei a Janie, minha doula, afinal, estava em pródromos há 4 dias, o tempo todo em contato com ela, que me dizia: “Viva a vida! Aproveite os últimos dias de barriga! Coma coisas gostosas! Faça tudo o que quer e gosta! Pode ser hoje, mas pode não ser! Não fique parada esperando o TP (trabalho de parto) começar!” OK! Então era isso… continuei vivendo! A Nicole não iria à escola naquele dia, pois tinha pediatra. Combinei horário com a minha sogra, que iria me acompanhar na consulta. Mas doía… estava ficando com medo… deveria mesmo sair de casa? "Ju! Sem fazer alarde! Não avise ninguém! Viva a vida!" Liguei a TV para Nicole e fui deitar… não conseguia fazer mais nada.
Ao meio-dia resolvi contar contrações. Pensei: "Não é possível que isso seja normal, estão muito frequentes, não param!". Sim, estavam regulares, a cada 3 minutos. Mandei mensagem pra Janie que me disse: “Não saia de casa e chame seu marido. Ainda não sabemos se vai engrenar, mas fique quietinha no seu lugar”.
Cancelei com a minha sogra e fui sentar com a Nicole no sofá. E ela, tão sensível, me surpreendeu: “Mamãe, vai deitar na sua cama, você precisa descansar”. “Mas, eu quero ficar com você”, respondi. E ela: “Não mamãe, eu fico aqui sozinha, você vai lá na sua cama descansar”. Então eu fui! Não sei quanto tempo se passou até que a Janie me ligou: “Ju, to indo para aí. Vai tomar um banho bem relaxante”.
Chamei a Nicole a fomos as duas para o chuveiro. Sentei num banquinho e a coloquei na banheira no chão. Era muito bom ficar lá! Enquanto brincava na água, ela dizia: “Sabia que tem uma Gabi (Não me perguntem porque esse nome!) na minha barriga? Ela vai sair hoje…” Mesmo eu não tendo falado nada, ela percebia tudo! Como duvidar da sensibilidade das crianças?
Saí do banho e pouco tempo depois, o Daniel chegou. Me deu um abraço e me confortou: “É hoje! Vamos conhecer o nosso bebê!” Mas eu não acreditava que poderia ter chegado a hora e dizia: “Calma, pode regredir, não sabemos se é hoje”. Eu continuei deitada e ele foi até a cozinha e voltou com uma cesta cheia de guloseimas deliciosas que ele mesmo vinha comprando nas últimas semanas especialmente para o TP. Tinha chocolate, castanha de caju e iogurte. Durante as primeiras horas, comi quase tudo! Foi muito bom ter essas guloseimas ao meu lado e o incentivo de todos ao redor para que eu comesse porque, se dependesse de mim, não teria tomado nem água!
Logo em seguida (devia ser umas 14:00) chega a Janie, a minha doula, e a querida Anna Amorim, que escolhi para fotografar este momento. Ela, tão sensível e experiente, também me trazia palavras de conforto. Janie me deixou muito à vontade, fazia cafuné, massagens e até uma trança no cabelo ganhei! Decidimos chamar a minha sogra para buscar a Nicole, afinal, ela não queria ficar por perto e insistia que eu descansasse!



Após a chegada delas, perdi totalmente a noção do tempo. As contrações se aproximavam e eram cada vez mais doloridas (aliás, umas mais fortes e outras menos). Finalmente me convenci de que estava chegando a hora e me animei, achava que até as 22:00, o David teria nascido. Imaginei chamar a família para vir conhecê-lo no mesmo dia, comeríamos uma pizza e celebraríamos!
A Janie me aconselhou a levantar, caminhar. Disse que a Letícia (obstetriz auxiliar da Ana Cris) estava chegando. Fui para a sala e lá fiquei conversando entre as contrações, curtindo o momento! Sim! É possível curtir um TP! Meu marido tocava violão para mim, era um som agradável, que me trazia muita paz.



A Letícia chegou* e me examinou. Disse que estava tudo ótimo e evoluindo.
Dilatação acontecendo! 
Ok! Eu sentia que estava conquistando cada etapa, e que estava fácil. Apesar das dores, me sentia ótima! Sentei na bola de pilates e descansava o corpo na cama entre as contrações. A dor era intensa na região lombar. Janie fazia massagens e aquecia com uma manta elétrica. O calor ajudava muito! Eu vocalizava a cada contração, orientada pela Janie. Emitir um som ajudava, aliviava.


Em seguida fui para o chuveiro. Sentada na bola de pilates deixava a água escorrer, hora nas costas, hora na barriga. A dor nas costas era definitivamente a mais intensa. Eu continuava tranquila e, neste momento, entendi o que era a famosa “partolândia”: para mim, foi um estado de semi-consciência, onde, em meio à dor, se sente prazer e, os pensamentos se misturam e pouco se consegue falar. A bolsa amniótica ainda estava íntegra e eu já estava imaginando meu bebe nascendo empelicado (quando nasce envolto na bolsa amniótica). Sempre achei este fenômeno incrível e adoraria presenciá-lo! Daniel sentou num banquinho à minha frente e segurava a minha mão, me incentivava, falava poucas palavras, mas a sua presença era tudo que eu precisava. Me sentia segura.
Enquanto eu estava no chuveiro, elas enchiam a piscina na sala. Saí do chuveiro direto para ela. Foi uma sensação deliciosa! O tempo passava e, da piscina, voltei para o chuveiro, o dia havia escurecido, mas não tinha ideia do horário e nem me passou pela cabeça de perguntar! A dor aumentava, durante as contrações, um pensamento: Não aguento mais! Quanto falta? “Ahhhhhhh”, vocalizava e o tempo passava. Eu tinha ânimo, estava perto, deveria estar, só podia estar!


Não sei em que momento a Ana Cris chegou*. Na partolândia, perdi a noção do tempo e da sequencia exata de eventos! Em um determinado momento, dentro da banheira, ela me pediu permissão para fazer um toque. Me informou um colo de 8 cm… Desanimei tudo o que havia animado… Ela, com um sorriso no rosto, disse que estava tudo ótimo e que estávamos indo bem.

Eu relaxava contra a parede da piscina em cada intervalo. Fechava os olhos e até cochilava. Neste momento ganhava força, me recuperava para a próxima contração. Ficava maravilhada com essa perfeição, um tempo de descanso, onde tudo passa e os pensamentos invertem: Nem foi tão ruim assim. Estou indo bem, até que é fácil!


Neste momento*, finalmente veio uma vontade de fazer força (comparando hoje à força que fiz no expulsivo mesmo percebi que a vontade que tive neste momento não se comparava à força necessária). Me animei! Fiz uma, duas, três… não sei quantas mais… mas nada acontecia. Sentia, agora, que o David ainda estava longe. Tentei chamar por ele: “Vem, David. Vem, bebê!”.
A dor, intensa, sim, mais do que eu imaginei que seria. Em meio aos pensamentos daquela semi-consciência maluca, eu disse para a Janie, que estava sentada atrás de mim, na beira da piscina: “Acho melhor...”, “O que é melhor, Ju?”, “Acho melhor eu tomar uma anestesia”, “Eu não acho, Ju... seu corpo está trabalhando. Deixe a dor agir. Deixe ela fazer o que ela precisa fazer.” Eu queria muito saber quanto faltava, mas a cada contração a única coisa que era possível saber é que era uma a menos, uma mais próxima de eu conhecer o David.
Ana Cris pediu para me examinar de novo, desta vez durante uma contração. A bolsa estava muito firme. Chegava a entrar no canal de parto e voltava. Isso me fazia sentir vontade de fazer força, mas esta vontade não vinha em todas as contrações e não era forte também, como eu sempre havia ouvido que seria. Me sugeriu que eu tentasse estourar a bolsa. Eu não queria sair da água, mas fui convencida. Isso aceleraria o processo.


Ficar em pé deveria ajudar, me pendurei no Daniel, as contrações eram alucinantes, literalmente, não me sentia mais dentro de mim. Sensação única e inexplicável. Segui as orientações e fiz uma série de puxos dirigidos (quando se faz força durante a contração, mesmo sem vontade). E nada... a bolsa não estourava. Depois de um tempo*, Ana Cris me deu a opção de ir para o hospital para realizar o procedimento de rompimento artificial da bolsa. Eu queria muito que o David nascesse em casa. Não aceitei de cara. Quis continuar mais um tempo. Letícia acompanhava os batimentos do bebê durante as contrações. Mais tempo passou e nada. Eu não queria mais fazer força, estava começando a ficar com medo. Os pensamentos invertiam novamente... Não estava dando certo. Num determinado momento, Ana Cris se levanta e diz: “Ju, vamos ter de terminar no hospital”. Ela explicou que estava tudo bem, que houve uma pequena desaceleração nos batimentos cardíacos do bebê fora de contração. Ainda não era considerado um padrão anormal mas, por precaução, deveríamos acelerar as coisas, e tinha de ser no hospital.
Misto de frustração e alívio, este era o sentimento do momento. E medo, também havia o medo… como sair do apartamento para a rua com dor? Como seria o trajeto? Vai dar tudo certo? Voltei a mim, ou seja: racional, calculista, preocupada, insegura… perdi toda aquela sensação única causada pelas fortes doses de ocitocina correndo pelo sangue a cada contração. Perguntei que horas eram para a Ana Amorim: “3:00”. Não acreditei! Pensei: "Era pra ter nascido há muito tempo! O que há de errado comigo?!". Comecei a duvidar da minha capacidade de parir meus filhos.
Descemos de elevador, entramos no carro, chegamos ao hospital: deu tudo certo até aqui. A entrada para a sala de parto foi rápida. Ao encontrar com a Dra. Juliana, GO escolhida a dedo para ser o plano B, pedi anestesia. Sua resposta: “Calma, vou examiná-la”.
Na sala de parto*, deitada na maca, conheci a Dra. Vânia, pediatra também escolhida com carinho para cuidar do meu maior bem dentro da frieza daquele hospital. Lembrei-me de me desculpar por ter faltado em sua consulta naquela tarde. A Dra. Ju então disse: “Vamos para a banqueta, seu bebê já vai nascer!”
Não, mas eu quero anestesia! Por favor, por favor!” Eu queria desistir: Pare essa montanha russa porque eu quero descer. Mas o parto é realmente como uma montanha russa, depois que apertou o cinto, tem de sentir cada frio na barriga até que ela volte ao ponto de partida.
Ju, você não precisa dela. Seu bebe está pronto, vai nascer já, você aguentou até aqui, agora está muito perto!”.
Mas eu não quero mais. Por favor!”, falei enquanto levantava e me dirigia à banqueta, apoiada pelo Daniel. Ao sentar, Janie com seriedade falou: “Só você pode trazê-lo para seus braços! Você quer isso! Você pode e consegue! Força, falta muito pouco!”.
Dra Ju estourou a bolsa assim que me sentei. Não me lembro de sentir nada neste momento e tudo passou muito rápido dali pra frente. Foi mais de uma hora, mas para mim foram como 5 min!
Ao me sentar, me senti no centro de um estádio, a ponto de alcançar a maior vitória da minha vida. Todos os rostos ao meu redor radiantes, sorrisos para todos os lados, e uma grande torcida: “Vamos Ju, você consegue! Está quase lá! Não desista! Força Ju, força”. A voz do Daniel em meio às outras se destacava e me dava segurança. Se ele está dizendo é porque está tudo bem, realmente está perto, eu realmente consigo.
O tempo passou rápido daqui pra frente. Bolsa estourada, eu concentrada ao máximo, não me lembro da dor, mas sim uma pressão, imensa: vou estourar, vou explodir, como faz isso?!
Ele está aqui Ju, olhe!” No espelho eu via os seus cabelinhos: “Que cabeludo Ju, ele vai nascer! Força!”, era o Daniel, novamente, o melhor incentivo que eu poderia ter!
Alguém pegou minha mão: “Toque nele, faça carinho, Ju!” Ainda dentro de mim senti sua cabecinha, quente, macia. Olhava no espelho, aquilo era inacreditável! Que sensação única, que coisa linda! A cada contração força, muita força, do tipo que não sabia que havia dentro de mim!
E sua cabecinha saiu! Eu não acreditava!
Estava cansada, exausta, mas estava acabando. Só mais uma Ju! (Sim, eu acreditava que ele viria em só mais uma contração.) E assim foi, ele veio e foi amparado pelas mãos do pai. 



Daniel me entregou ele: “Pegue Ju, pegue seu filho! Ele nasceu, você conseguiu, Ju!” Era muita emoção, eu ouvia seu choro, mas estava sem reação, como se o tempo tivesse parado, eu congelada. Tudo continuava em movimento à minha volta, mas eu travei. Tudo isso em frações de segundo… Peguei meu bebe no colo, o encostei no peito, tão quente, liso, todo molinho. Ele parou de chorar no mesmo instante que toquei nele. Que mágico, sobrenatural, incrível, sensação única, maravilhosa!

Em minha mente, agradeci a Deus, que criou este sistema, que criou a relação mãe, filho e parto, que é vivido só pelos dois, juntos, numa sintonia única, que se completam um pelo outro: o bebê e sua mãe, eu e o David. Daniel chorava ao meu lado, emocionado, me elogiava: “Como você foi incrível, Ju! Que mulher! Nunca mais vou olhá-la com os mesmos olhos! Você foi demais!”. E elogiava o bebê: “Como ele é lindo, perfeito! Que incrível!” Deixei que ele proferisse as palavras, pois eu, só conseguia sentir... e olhar, e cheirar e ouvir, seus grunhidinhos. Curti, curti e curti aquele momento, aquele corpinho contra o meu, ainda ligado pelo cordão dentro de mim.


Me acordaram! Precisava levantar para deitar de volta na maca. E eu levantei, apoiada mas sozinha, andando, após o parto. Isso é possível! Deitei na maca com ajuda, pois o segurava como se fosse um cristal, caro e delicadíssimo. Olhei no relógio: 4:50! Mais uma contração, fraca, quase sem dor, e nasceu a placenta. O órgão que manteve vivo meu filho por 9 meses me foi apresentado. Apertei o cordão ainda ligado ao bebê, todos aguardaram para que ele recebesse todo sangue, tão rico, presente no cordão enquanto pulsava. E ele foi cortado pelo Daniel quando parou de pulsar.
Deitado sobre mim estava meu presente, minha vitória, tão pequeno. Quis então passar a mão, conferir! Perninhas, mãozinhas, as costas, enrugada e macia, cabeça cheia de cabelo, olhos apertadinhos, mas abertos, bem abertos, olhavam para mim. Coloquei-o no seio e ele mamou, lindamente! Sim, nasce sabendo! E era meu, só meu. 
Estava dentro de mim e eu o trouxe para meus braços, sozinha (porque sim, era aquele o meu papel), mas acompanhada, por pessoas que me ajudaram, demais e sem as quais nada teria sido como foi: Daniel, Janie, Ana Cris, Letícia, Dra Ju, Dra Vania e Ana Amorim. Meu eterno obrigada!

*LEGENDA de horários aproximados:
12:00 - comecei a contar as contrações
14:00 - a doula chegou
17:30 - a parteira Letícia chegou 
21:00 - a parteira Ana Cris chegou
00:00 - senti a primeira vontade de fazer força
2:00 - Ana Cris sugeriu irmos para o hospital para romper a bolsa
3:30 - cheguei no hospital e fui examinada pela médica na sala de parto
4:50 - David nasceu!

No total foram 17h de TP calculadas a partir do momento em que comecei a contar as contrações.

Palavra final: Já ouvi falar de muitos partos mais demorados do que o meu e às vezes me pego pensando que fui fraca, que deveria ter insistido em ficar em casa, que deveria ter aguentado mais. Mas também ouço muito nas conversas sobre parto humanizado que o parto ideal não existe. Existe o parto possível.  E este foi o MEU parto, o que eu consegui dar conta e foi o melhor que poderia ser!

3 comentários:

  1. Lindo relato. É maravilhoso ver como o amor de mãe dá uma força que nunca pensamos ser possível. Você mereceu esse momento mágico!

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  2. Lindooo Ju, que orgulho de você..minha sobrinha do coração. Parabéns pela coragem. Bj

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  3. “Antes eu era filha, hoje eu sou MÃE!”

    Uma sociedade com opiniões diferentes sobre a Maternidade, onde mostram fraldas que duram 12 horas sendo que nossos filhos não dormem nem 5 horas seguidas!
    Mulheres que lutam para a melhor sobrevivência da família com apenas um rendimento e esquecem o que é um salão de beleza; Mulheres que agradecem o apoio da mãe, da sogra, da irmã pois sozinhas não conseguiriam; Mulheres que mesmo quando cansadas conseguem agradecer pela vida, pelo amor, pela família e ainda são capazes de ajudar outras mulheres!
    Neste canal: A Nossa Visão é uma união de 5 Mulheres-Mães que irão expressar (ou tentar) falar da REALIDADE, dura e crua … do que é ser mãe! Vamos abordar assuntos engraçados, de várias partes do mundo! Somos brasileiras, mas cada uma vivendo em um lugar, vivendo a sua maneira, onde a prioridade são OS FILHOS!

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