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"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Relato de partos normais após os 35 anos de idade!

Oi Talita,

Depois de tanto tempo que você me pediu, vou tentar escrever o relato dos meus partos.

Acredito que para o bom andamento de um parto, em primeiro lugar, precisa ser assistida por um médico que seja pró-parto normal. Quando eu tive meu primeiro filho (aos 35 anos), eu estava morrendo de medo e não tinha muita certeza do que eu queria. Mas o meu marido e meus sogros (que são franceses mas vivem no Brasil desde 1969), ficavam martelando na minha orelha que parto normal era melhor.

Para a minha benção, a médica que uma amiga me indicou era ''vaginalista' e bem desencanada. Ela me deixava bem à vontade e não tinha aquele monte de "não pode fazer isso" e "não pode fazer aquilo". Ela sempre falava que gravidez não é doença e se você não tem nenhum tipo de restrição, como precisar fazer repouso para não perder o bebê, então "bola pra frente" e vida normal. Quando o obstetra não faz do parto um bicho de 7 cabeças, já é um bom começo. A mulher já está tão ansiosa, cheia de perguntas e dúvidas que o que a gente menos precisa é um obstetra manipulador que faz com que algo natural seja algo sobrenatural.

Eu corria três vezes por semana, fazia academia todo dia - 30 min de esteira, 40 de musculação - e mais 1h de treino na piscina, fazendo série de ritmo moderado a forte (mas sem explosão, ou seja, não muito forte). Mas ela me permitia fazer tudo isso por que eu já estava acostumada a este ritmo. Ela me falava que o que não pode é engravidar e querer começar a malhar só pra não engordar muito. Quando o corpo já está acostumado, não há restrições. Então eu segui neste ritmo até o oitavo mês, quando no início do nono percebi uma gosma meio marrom. Tinha perdido o tampão do útero e aí ela me recomendou parar com as atividades para não ter o bebê antes do tempo.

As contrações começaram no início do nono mês, mas eram bem fraquinhas, as chamadas de Braxton-Hicks. A médica me dizia que contrações boas eram aquelas que vinham sincronizadas, a cada 20, 15, 10, até chegar a cada 5 minutos, que já era então hora de ir pro hospital. Tive algumas contrações fortes durante umas duas ou três madrugadas, mas como não eram regulares, eu nem ligava pra elas. Até que, depois do 3o dia, eu liguei e expliquei que tinha tido algumas "cólicas" mais fortes durante a madrugada, mas que durante o dia elas quase paravam e não eram tão doloridas. 

Ela me pediu para ir até o consultório, me examinou e viu que eu já estava com 5 cm de dilatação. E, na calma de sempre, me disse pra voltar pra casa, fazer uma refeição leve e depois ir para o hospital, por volta das 14:00, pra dar entrada na internação. Ela explicou que eles iriam me colocar no sorinho (ocitocina) para ajudar as contrações a serem mais regulares e concluiu que por volta das 18:00 o bebê nasceria. 

Realmente meu primeiro parto foi bem animador! As contrações eram como cólicas menstruais mais fortes. Eu não tenho cólicas menstruais, mas imagino que sejam assim para quem tem. Consegui aguentar as dores na boa, nada parecido com aquelas cenas de novela que a mulherada fica se esgoelando. As enfermeiras vinham me perguntar se estava tudo bem, até que chegou a dilatação necessária. Fui para o centro cirúrgico, foi ministrada a anestesia de alívio e depois foi só alegria. Sem mais dores das contrações, apenas fazendo força quando a barriga ficava endurecida, tive vontade de tascar um beijo no anestesista, porque a dor das contrações são chatinhas, digamos assim, mas não foram sincronizadas como a obstetra esperava. 

O Thierry nasceu às 19:30, com 3,830 kg. Com 39 semanas e alguns dias.

Quatro anos depois, a minha segunda filha nasceu com 38 semanas e alguns dias, pesando 3,300 kg. O parto da Julie foi diferente pois a bolsa rompeu de madrugada. Eu fui para o hospital às 2:00 da manhã, mas as contrações pararam. Por volta das 7:00, me colocaram na ocitocina. Como as contrações eram fracas e poucas, às 11:00, mais ou menos, aumentaram a dosagem. A partir do meio-dia, começaram as contrações fortes. Foram três contrações (muito mais doloridas do que as do primeiro parto) e pronto, fui para o centro cirúrgico porque já estava "no ponto". Mas pareceu uma eternidade até me darem a anestesia (perto das 13h). Foi a meia hora mais demorada da minha vida.

Passado mais 4 anos e meio, veio o Yann. Na terceira gravidez (aos 42 anos) não dava para eu ir pra Santos onde tive os outros dois partos. E aqui em São Paulo foi uma dificuldade achar um médico que tivesse um discurso em que eu pudesse confiar. O bebê tinha uma cardiopatia e os médicos aproveitavam este fato (mais o fator da minha idade) para vir com a conversa de que não podiam garantir que eu teria um parto normal. Isto apesar de eu apresentar uma carta da cardiologista pediátrica que acompanhava a minha gestação que dizia que a cardiopatia do bebê não tinha nenhuma restrição quanto ao parto normal.

Já quase no final da gestação, já com 37 semanas, eu liguei para a minha médica em Santos para pedir ajuda. Ela me indicou um amigo dela de faculdade que atende em SP, com o qual eu passei em uma única consulta e falei apenas 2x por telefone.

O terceiro parto foi o mais fácil de todos!

Com quase 39 semanas, tive um corrimento de cor meio marrom (um pequeno sangramento), mas as contrações continuavam muito fracas e nada regulares. O médico me pediu para ir direto para o hospital. Lá a parteira me examinou e ligou para o médico que pediu para me colocar no tal do 'sorinho' (ocitocina) de novo. Eu me recusei a tomar ocitocina e então o médico pediu para a enfermeira fazer um descolamento da placenta para o peso do bebê fazer a cabeça descer. Comecei a ter algumas cólicas, mas ainda muito discretas.

Tentaram a banheira para eu relaxar e o bebê descer, mas as contrações que já não eram fortes pararam de vez. Saí da banheira e comecei a andar pelo quarto. A cada vez que eu percebia que vinha uma contração, eu me agachava de cócoras e fazia força para o bebê descer e conseguir a dilatação naturalmente, sem a tal ocitocina. O médico então me sugeriu tomar ocitocina junto com a analgesia para que as contrações mais fortes ajudassem na expulsão do bebê. Foi uma questão de 15 minutos. A analgesia junto com a ocitocina foi feita às 16:15 e o Yann nasceu às 16:29. Com 2,770 kg. Acho que foram umas 3 ou 4 contrações.

Bem, quanto à episiotomia, foi feita nas 3 vezes, sendo que no último acho que não era necessário, mas Brasil é Brasil e como os médicos ganham mais por cada procedimento feito... No pós-parto a episio é indolor, fica apenas um leve incômodo que para mim não durou mais do que uma semana. 

Não dá pra dizer que não dá aquele friozinho na barriga quando você vê que chegou a hora. E sempre depois dos partos era tanta adrenalina que eu nem acreditava, não conseguia dormir, ficava pilhada! A pediatra que fez o atendimento na sala de parto já colocou o bebê no meu peito para estimular a amamentação. Para  dizer a verdade, a descida do leite me doeu muito mais no 2o. e 3o. parto, do que os partos propriamente ditos.

Vou explicar porque. Como o Thierry é menino e nasceu bem e grande, ele mamava bem. Esvazia bem as mamas e a descida do leite, apesar de dolorosa, não foi tão traumática para mim. Já a Julie mamava devagar. Ela parava, se distraía, soltava o bico... Então demorava para esvaziar a mama e e tinha dificuldades para pegar o peito por estar muito engurgitado (duro). Tive que ir a um hospital que tinha banco de leite para aprender como massagear a mama e drenar o leite antes da mamada, e como ajudar a Julie a pegar o peito corretamente. Foi um processo doloroso e levou uma semana pelo menos. Eu chorava de dor antes de cada mamada.

Agora o Yann, como ele estava na UTI e com sonda pela boca, também teve mais dificuldades de pegar o peito. Pior ainda, o leite veio e ele não mamava. Eu tinha que fazer ordenha manual. Foram dois dias horríveis que pareciam que nunca iam passar. Falei com o obstetra e, como eu queria amamentá-lo, ele falou para eu fazer a ordenha por mais ou menos uma hora, depois enfaixar o peito bem apertado e não mexer mais durante à noite. Também falou para o eu tomar um Tylenol para dor. Tentei amamentá-lo por 2 meses, mas com a rotina de sair, médicos e exames, mais a dificuldade dele de pegar o peito (porque depois que ele pegou o jeito, cansava e não conseguia mamar até se saciar por causa da cardiopatia), decidimos ficar só com a mamadeira. Ainda tentei a bombinha até o terceiro mês, mas não dava por causa de tantas idas a médicos, exames e cirurgias.

Mas voltando ao parto, a vantagem do parto normal, especialmente para quem já tem outro filhos, é que não se tem restrições, você pode falar, pode andar, pode comer, tudo logo após o parto. E depois que o bebê nasce, você tem que levantar para amamentar à noite, trocar a fralda, dar banho, é um senta e levanta, senta e levanta. E como eu gosto de independência e não queria ninguém em casa dando palpite em como cuidar do meu bebê, cesárea para mim estava fora de cogitação.

Missão cumprida, Talita, demorei mas está tudo aí.

Beijos, Tereza Peron

Para ler os meus comentários a respeito deste relato, clique aqui.

4 comentários:

  1. Adorei o relato! Tive minha bebê também em Santos e de parto normal humanizado. E acredito que consegui isso, nesse nosso país campeão em cesarianas, graças à minha querida médica e à minha doula.
    Mas, ao contrário do que a Tereza relata, eu não estava com nenhum receio do parto. Também cheguei a 5 cm de dilatação só sentindo cólicasMas, na hr, as minhas dores eram absurdas! Eu acho que estava como as mulheres das novelas, me esgoelando! hahaha! Mas nem por isso deixei de achar que foi a experiência mais incrível que tive e que é o melhor tanto para o bebê quanto para a mãe.
    Abs,
    Flávia

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    Respostas
    1. Oi Flávia!

      Você também é de Santos, que coincidência. Vai ver é até a mesma médica, já pensou?! E que diferente o fato de você não ter tido nenhum receio do parto. Normalmente as mulheres ficam com muito medo e apreensão!

      Você quer escrever o seu relato de parto para eu publicar aqui no blog? A sua história pode ser interessante para outras mulheres que querem entender melhor esse negócio de ter uma doula.

      Se quiser, é só me falar.

      Um abraço, Talita

      PS. Ahh! Depois que você comentou, eu voltei no post e acrescentei umas informações que a Tereza me enviou depois. Não deixe de conferir porque ela tocou no assunto da amamentação!

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  2. Oi Talita! Desculpa pela demora em te responder, mas eu trabalho fora de casa e a vida anda super corrida! rs! Olha, eu posso escrever sim, mas posso demorar pra te passar isso? Como disse, vida muito corrida! rs! Falarei da minha doula sim, ela foi essencial! E vou tentar falar de como apliquei o babywise desde os primeiros instantes e isso de fato se tornou uma benção!
    bjs, Flávia

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  3. Que lindo relato! Obrigada por compartilhar! :)
    Só uma observação, acredito que o que seu médico tenha feito foi um deslocamento de membranas e não de placenta.

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