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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Como perdoar um molestador sexual? Escrevendo uma carta - Por MARY DEMUTH

Recentemente temos ouvido falar de tantos casos de abuso sexual infantil. E o que talvez raramente paramos para pensar quando ouvimos notícias desse tipo é que certamente muitos adultos de hoje um dia (quando crianças) também foram molestados sexualmente. Essas pessoas normalmente escondem seu passado e sofrem 'sozinhas' as consequências do trauma até hoje. É algo muito triste e imagino que mais comum do que pensamos!

Eu fiz a tradução do texto abaixo a pedido de uma pessoa querida que trabalha com aconselhamento. Fiquei tão impactada pela mensagem que senti de também compartilhá-la com vocês aqui no blog. São palavras de uma mulher de 46 anos que passou pela terrível experiência do abuso sexual infantil e que corajosamente conta como fez para superar a dor e a humilhação de ter sido molestada quando tinha apenas 5 anos de idade.

É uma mensagem linda!

Mesmo que você não tenha sido vítima de abuso quando criança, e nem conheça alguém que foi, acredito que a leitura será benéfica para você. Primeiro porque, como mães, acredito que precisamos ficar atentas e ser prudentes no proteger dos nossos filhos. Confiar em Deus sim, mas desconfiar das pessoas e vigiar! E o segundo motivo é que nunca sabemos que adultos de hoje foram molestados no passado. Talvez essa mensagem seja exatamente o que alguém bem próximo de você está precisando ler. Por isso, a minha dica é que você primeiro faça a leitura e depois passe-a adiante, compartilhando-a com seus amigos!

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A carta que eu escrevi para os meninos que me molestaram – Por Mary Demuth
Publicado em 06/03/2013 no blog www.marydemuth.com

Faz quarenta e um anos que aqueles garotos grandalhões roubaram o meu corpo, minha mente, e estilhaçaram a minha alma. Eles se apresentavam como vizinhos interessantes, dispostos a ajudar minha antiga babá. Eles me retiravam de suas mãos, para alivar o peso para ela. O que é estranho se você me conhecesse naquela época. Eu não dava muito trabalho. Eu já tinha aprendido a arte de me tornar invisível. E se eu não estivesse me ocupando sozinha, eu encontrava formas de agradar as pessoas. Eu era uma boa garotinha. Inocente até.

Esses garotos amigáveis (irmãos escoteiros) me levavam para o meio do mato. Eles convidavam amigos para se revesarem. Eles me violavam debaixo de árvores com folhagens verdes imensamente altas. Eles me levavam para casa com eles, roubando mais de mim em suas camas beliches, com um lençol tampando a cama de baixo para que pudessem ter mais “privacidade”, tudo enquanto a amélia de sua mãe, há dois cômodos dali, cantarolava músicas animadas enquanto fazia cookies. Eu me pergunto se ela sabia.

Eu me livrava das suas garras dormindo de tarde até o anoitecer. E depois, nos mudamos dali, para bem longe. Mas a assombração deles permaneceu comigo. Eu me sentia suja, violada, completamente sozinha com o meu segredo. Eu escondi a minha história num canto bem escuro. Ela só voltou à tona quando conheci Jesus. Primeiro ela vazou, em seguida ela jorrou de dentro de mim em angústia.

Como perdoar algo assim?

Quando eu conheci Jesus, eu aprendi que Ele me perdoou. Tendo crescido numa cultura que fortemente estimula a precocidade sexual, aliado ao fato do meu pai ser um viciado sexual, eu lutei contra a pornografia na adolescência. É flagrante e vergonhoso escrevê-lo assim, mas aqui está, feio e real. Eu tinha dificuldade de acreditar que eu havia sido perdoada de ver aqueles livros e aquelas revistas.

A escolha de perdoar aqueles meninos não aconteceu da noite para o dia. Na verdade, ainda existem fios de falta de perdão no meu coração, evidenciados pela náusea que sinto neste exato momento. Porque se eu encontrasse garotos como eles agora que OUSASSEM tocar nas minhas filhas, meu primeiro pensamento seria matá-los.

Porém, Jesus diz que até o pensar em matar é pecado.

Eu preciso ser perdoada de tantas coisas. Mas como perdoar o abuso dos meninos?
O primeiro passo é escolher perdoar. E o passo seguinte é seguir adiante por esse caminho radical e irracional do perdão.

Hoje estou dando outro passo rumo ao perdão. Bem aqui, neste exato momento, por meio do blog. Eu estou escrevendo uma carta para esses rapazes cujos primeiros nomes não me recordo, mas cujos sobrenomes me fizeram incansavelmente procurar no Google, imaginando, imaginando, imaginando o que estão fazendo hoje em dia. Será que ele é o professor que foi suspenso por comportamento inadequado? Será o seu irmão o arquiteto? O advogado?

Eu não sei quem esses homens são hoje. Mas, se por acaso, pelos misteriosos planos de Deus, eles algum dia chegarem até este blog, esta carta é para eles.

QUERIDOS MENINOS CUJOS SOBRENOMES REVIRAM O MEU ESTÔMAGO,

Eu ainda estou brava.

O que vocês fizeram. Ah, o que vocês fizeram. Suas escolhas cavaram feridas profundas e gigantescas na minha alma. Vocês me roubaram. Minha inocência. Meus olhos esbugalhados. Minha visão gloriosa da vida. Minha coragem. Todos raptados. E no pós abuso sexual, eu me afundei. Eu acreditei em mentiras a meu respeito.

- Eu não sou digna de ser protegida.
- Meu valor próprio = minha sexualidade, em muito deformada.

Vocês pensaram nessas coisas quando vocês satisfizeram seus desejos doentios? Vocês tinham noção de que iriam destruir a vida de uma garotinha de pré-escola? Vocês não tinham vergonha de violar uma menina de 5 anos em nome dos seus próprios prazeres? Vocês eram tão corajosos em seu pecado, me violaram enquanto sua mãe cozinhava. Sem medo. E, no entanto, suas ações me fizeram viver amedrontada durante a maior parte da minha vida, sempre procurando pelos cantos, fugindo, fugindo, fugindo, com medo de que um vilão me pegasse.

Vocês me marcaram. Desde os seus atos de abuso, uma marca foi posta na minha testa para que todos os abusadores e molestadores pudessem ver, como se fossem uma luz negra, uma marca fluorescente. Era um passe-livre para outros predadores.

Eu ainda estou com raiva. Porque quando minhas próprias filhas completaram cinco anos, eu mal podia respirar. Quanto medo. Quanta tristeza. Tudo o que eu queria era proteger as minhas meninas.

Eu era tão pequena quando vocês me levaram para o meio do mato. Tão incapaz de fugir. E se eu tivesse tentado, suas palavras ameaçadoras me fariam dar meia-volta e ser reviolada. “Vamos matar os seus pais se você contar para alguém”. Para proteger os meus pais, eu mantinha a boca bem fechada. E eu não ousava correr.

Mas se eu ficar acampada na terra da vingança, minha alegria vai se definhar. Vocês terão vencido a batalha.

Sabem, eu conheci Jesus aos quinze anos de idade, dez anos depois de vocês me encherem de pavor e cinco anos depois da morte do meu pai. Jesus amorosamente me encontrou bem a tempo. Aqueles sinuosos pensamentos suicidas estavam tomando conta da minha mente. Eu ficava me perguntando o que será que eu estava fazendo nesta terra tão cheia de árvores altas e com folhagens verdes. Eu tinha nascido para ser violada? Para ser usada por outros como vocês dois? Ou será que eu tinha algum outro propósito desconhecido.

Debaixo de uma árvore com folhagens que nunca perdem o seu verde, as memórias da sua moléstia fizeram os meus olhos queimarem. E, no entanto, naquele local sagrado, eu tive um encontro com Jesus. Ele pegou o meu pecado (todos eles, inumeráveis eram/são) e o atirou longe, como uma bala, há bilhões de quilômetros de distância de mim. Ele me limpou, purificou meu coração ferido, e me colocou na bela/dolorosa estrada da cura. Ele carregou o meu pecado e a minha dor.

Ele transformou os meus “Eu fui” e “Eu era” em “Eu sou” e “Eu recebi”.
- Eu fui molestada. Eu sou amada de Deus.
- Eu fui roubada. Eu recebi vida eterna, abundante e cheia de alegria.
- Eu era menos. Eu sou mais do que eu imaginei que pudesse ser.

Eu sou livre para perdoar vocês. Eu sou livre para olhar para vocês com graciosos olhos de graça. Eu fui feita completa por um Deus santo. Aleluia!

Eu entendo melhor agora. Eu agradeço a Deus porque, quando eu cheguei na idade que vocês tinham, eu encontrei Jesus. Eu poderia ter sido vocês. Eu poderia ter cedido aos desejos vis dentro de mim, permitido que eles transpusessem todas as barreiras, se eu não tivesse sido resgatada. Sem Jesus, eu estremeço de pensar o que eu poderia ter me tornado. O que me coloca num lugar vulnerável e me traz uma profunda, profunda tristeza por vocês.

Se as estatísticas se traduzirem em realidade, vocês não me violaram apenas para “tirar onda”. Vocês imitaram a vida que tinham. Vocês reproduziram justamente aquilo que lhes trazia maior angústia. Aquilo que vocês odiavam é o que vocês se tornaram. Houve um dia em que vocês decidiram se entregar à insanidade de suas mentes, que os fazia crer que vocês mereciam o prazer. Alguém roubou isso de vocês, então vocês se acharam no direito de roubá-lo de outra pessoa também.

Eu vejo Jesus, nú estendido na cruz, com dificuldades para respirar. Ele conhece bem como é sentir-se vulnerável por estar nú. Naquela cruz Ele poderia ter crucificado todos os molestadores, todos os que O enviaram para lá, mas Ele inspirou e expirou desenfreado perdão. Ele escolheu fazer o que vocês não fizeram. Ele sofreu pelo pecado de outra pessoa. E em vez de praticar a vingança, Ele inaugurou a era da graça.
Eu desejo Jesus para vocês.

Eu me preocupo com vocês. Talvez vocês esconderam suas memórias daquela pequena comunidade próxima das águas salgadas. Talvez vocês apagaram aquele matagal da sua mente. Vocês o empurraram lá, lá pra baixo. A culpa os corrói, mas vocês não conseguem explicar o porquê. Eu sou prova, uma linda prova, de que vocês podem ser libertos. Vocês podem ser limpos. Vocês podem ser perdoados.

Mas não é possível ser limpo em silêncio. Uma história não contada nunca sara. Eu os desafio, como aquela garota de joelhos esfolados que vocês sexualmente molestaram, a se abrirem. Contem a história. Peçam para Jesus perdoá-los.

A única coisa que eu posso fazer é orar para que vocês encontrem esta carta, por um daqueles “acasos” graciosamente soprados por Deus, e finalmente queiram ser libertos do que fizeram. Eu perdoo os dois, irmãos no crime. Os irmãos que arruinaram um ano de minha vida de temores e cicatrizes. Os irmãos que provavelmente foram violados também. Venham para a fonte do perdão, inaugurada por Jesus. Deixe que as minhas palavras sejam sua porta de entrada: Eu perdoo vocês.

A minha montanha de pecados contra um Deus santo tornam insignificante o montículo de terra do que vocês praticaram contra mim. Eu leio as palavras de Jesus sobre o servo impiedoso e compreendo: “Então o senhor chamou o servo e disse: 'Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?” (Mateus 18:32-33).

Se eu realmente, realmente acredito no Jesus nú pendurado na cruz, que carregou toda a minha vergonha, o meu pecado e a minha lama, então eu preciso acreditar que o sacrifício dEle é suficiente para vocês também. A misericórdia dEle acende em mim profunda misericórdia por vocês.

Este carinho, esta dor que eu sinto por vocês é algo estranho. Eu anseio vê-los livres das memórias, do abuso que vocês praticaram e do abuso dos quais foram vítimas. Eu não tenho soluções inteligentes ou posso arcar com os anos de terapia necessários para erradicar a dor. Tudo o que eu tenho é o amoroso Jesus. Tudo o que eu tenho é a minha vida restaurada. Tudo o que eu tenho é o meu testemunho. Tudo o que eu tenho é a certeza de que está tudo bem. Eu sou loucamente amada pelo meu Criador. Eu fui sarada. Eu vivo uma vida de alegria verdadeiramente impossível.

Eu estou irada. Mas a minha raiva muda de foco quando eu percebo que a arma mais poderosa que Satanás tem é a molestação sexual. Eu estou irada com os poderes das trevas que abrem feridas profundas, dolorosas e assustadoras por meio de pornografia, de tráfico sexual, de abuso sexual e de vício sexual. Eu fico enfurecida porque ele tem conseguido roubar, matar e destruir tantas vidas.

Isto precisa parar. Por mim. Por vocês. Por nós.

Satanás, esses meninos, que hoje são homens, não pertencem a você. Satanás, você não tem permissão para ter vitória nesta área. Jesus triunfa sobre suas obras sujas. O que você alegremente aplaudiu no escuro, Jesus audaciosamente cura na luz.Você não pode e não irá vencer. A luz sempre, sempre, sempre dissipa as trevas. Sempre. Seus dias estão contados, e os seguidores de Jesus estão ENOJADOS das suas armadilhas sexuais contra a humanidade.

Nós nos levantamos para a cura. Nos levantamos na força de Jesus por amor a futuras vidas radicalmente salvas. Nós, que conhecemos a redenção, estamos cansados de nos atolarmos num passado sofrido. Em contrapartida, agora nos LEVANTAMOS. Nós dançaremos. Entregaremos nossas vidas curadas para resgatar almas das trevas. O que Satanás (e até vocês, irmãos) pretendeu para o mal, Deus fez uma reviravolta santa. Nós, que éramos desesperadamente carentes de resgate, agora somos agentes de salvação, de reconciliação e de perdão.

Ah, que vocês experimentem esta nova, nova vida que Jesus oferece a vocês, irmãos do sobrenome. Eu os convido para esta caminhada. E se, pela graça transformadora de Deus, algum dia nos encontrarmos debaixo das altas árvores cujas folhas estão sempre verdes, eu quero abraçá-los. Eu orarei por vocês. Eu chorarei. Eu direi palavras de perdão. Eu os convidarei para a família dos bagunçados-porém-redimidos.

Debaixo da doce e gloriosa luz de Jesus,
Mary, não mais com 5 anos, agora amada integralmente

P.S. Se você está lendo esta carta, e você tem a mesma história que esses dois irmãos, por favor permita que esta mensagem fale fundo no seu coração. O Deus que foi pendurado nú oferece a você uma saída. Suas mãos com cicatrizes são as mãos de vitória, de perdão e de luz. Estenda as mãos para Ele. Aquele que se inclina sobre a terra está chamando por você.

P.P.S. Se você está lendo esta carta e você é a criança debaixo das árvores, considere escrever uma carta. Neste momento, eu posso dizer que a catarse é uma bênção e a entrada para a família de Jesus é a consequência.

Tradução e publicação feita com a devida autorização da autora.
Fonte: http://www.marydemuth.com/how-do-you-forgive-a-sexual-abuser-by-writing-a-letter/

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