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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O incrível mundo dos "toddlers"!

Você conhece a expressão toddler? Em seu livro, "On Becoming Toddlerwise", Gary Ezzo e Robert Buckman tratam justamente dessa fase, o 2º e 3º anos de vida da criança, mais particularmente dos 12 a 24 meses. Todderlhood refere-se àquela fase de vida em que nossos bebês deixam de ser bebês stricto senso, e começam andar, falar e explorar tudo ao seu redor! A Alícia se encaixa exatamente nesta fase (completou 1 ano e 3 meses esta semana). É uma fase deliciosa, mas também - sem dúvida - muito cansativa. Por isso, resolvi mergulhar novamente na leitura deste livro porque senti que estava precisando relembrar alguns conceitos e princípios para poder me inspirar e me focar novamente!

Hoje quero compartilhar somente alguns dos conceitos que os autores trabalham nos dois primeiros capítulos do livro. Apenas como pano de fundo para quem nunca ouviu falar desta série, este é o 4º livro do "On Becoming Series" (também conhecida como "The Wise Series") e este livro, em particular, não chegou a ser traduzido para o português. Há muitos anos, a Editora Mundo Cristão traduziu o 2º e 3º livros da mesma série e intitulou-os "Nana Nenê" e "Além do Nana Nenê" (em inglês os títulos originais são "On Becoming Babywise" e "On Becoming Babywise II"). Caso você seja nova por aqui talvez não saiba que foram estes dois livros que nos impulsionaram a começar o blog! Outro detalhe é que existe também o 1º livro da série que não foi publicado no Brasil, chama-se "On Becoming Birthwise". Eu soube recentemente que a Universidade da Família oferece um curso pautado justamente nos princípios deste material. Se você está grávida ou conhece alguém que esteja, eu recomendo o curso "Preparação para a Chegada do Bebê"!

Recomendo mesmo! Como minha amiga Cristine perguntou num post, você não acha curioso que enquanto sociedade achamos necessário estudar anos e anos para nos formarmos nas mais variadas profissões, mas quando se trata de nos prepararmos para sermos mães ou pais, não lemos um livro sequer e não buscamos qualquer conhecimento na área? Nos contentamos com o senso comum e com o que vemos as pessoas ao redor fazerem. A maioria de nós não se interessa em se inteirar sobre as diferentes filosofias de educação de bebês e crianças, não procura refletir sobre como quer criar o próprio filho e, o que me deixa ainda mais preocupada, não discute nada disso com o cônjuge, o principal parceiro e influenciador direto desta criança que está pra nascer!! Na minha opinião, se preocupar excessivamente com a decoração do quarto do bebê, com as roupinhas e todos os itens e apetrechos que não podem faltar, por mais delicioso que seja fazer isso durante a gestação, é esquecer do que é mais importante na maternidade: a educação dos nossos filhos, a qualidade da relações dentro do lar e o tipo de pessoas queremos que eles se desenvolvam para ser!

Dito tudo isso, agora sim vamos a um pequeno resumo do começo do livro. = )

Capítulo 1 - O que tem dentro do pacote
O livro começa comparando o trabalho de um pai e o de uma mãe ao de um jardineiro. O jardineiro não cria suas plantas, ele não tem o poder da vida e nem o da beleza que cada flor irradia. Mas ele conhece o ambiente, sabe quanto de luz solar e umidade são necessários para que todo tipo de planta desabroche e se desenvolva. Assim como o jardineiro, os pais não são os arquitetos e nem a fonte da vida dos filhos, mas são os guardiões dela, são os responsáveis por cuidar dos filhos, protegê-los, ensiná-los, estimulá-los, etc.

O livro continua falando das principais influências que contribuem para moldar quem esta criança se tornará. Ele cita uma frase de H.H. Horne, em seu livro "Idealism in Education", que diz: "Genética determina a capacidade, o ambiente proporciona a oportunidade e a personalidade reconhece a capacidade e melhora a oportunidade" (tradução e ênfase minha).

Genética
Para reconhecer e otimizar os talentos de cada filho (seus dons naturais, recebidos geneticamente), os autores sugerem que é necessário três posturas por parte dos pais. A primeira postura diz respeito à própria percepção deles ao observar e considerar características marcantes de pessoas da família que podem ter sido passadas geneticamente aos filhos. Por exemplo, se houver casos de pessoas talentosas musicalmente na família é bem possível que este dom tenha sido passado geneticamente à criança também, então seria uma boa ideia colocá-la para aprender a tocar algum instrumento musical e descobrir se esta facilidade foi herdada. Um dado que achei interessante pensar é que 1/2 (ou 50%) da genética de cada pessoa é herdada dos pais, 1/4 (ou 25%) herdada dos quatro avós e 1/8 (12,5%) herdada dos oito bisavós?! A segunda postura apontada é a necessidade dos pais pensarem numa educação global (em inglês: "parent the whole child"). Ou seja, que adianta seu filho ter potencial para ser um gênio, se ele não sabe brincar sozinho? Ou então ter talento para ser um super atleta, mas não ter delicadeza para brincar com a irmãzinha? Nas palavras dos autores, "Muito embora qualquer atitude desfavorável por parte dos pais possa trazer prejuízos ruins para a criança, a atitude que mais prejudica e tem efeitos mais duradouros é o conceito de produzir o filho dos sonhos" (p. 16 - tradução minha), ou seja, forçá-la a se encaixar no seu perfil ideal de filho pode prejudicar o potencial genético do seu filho à medida em que gera pressão emocional excessiva nele e o impede de viver uma série de experiências normais para a infância. A terceira postura diz respeito ao fato de que nenhuma característica genética, por mais brilhante que seja, pode ser amadurecida e desenvolvida sem as disciplinas básicas da vida. Ser um excelente escritor vai ser impossível se o seu filho não desenvolver a capacidade de sentar e ficar quieto para poder concentrar-se para ler. Aulas de piano se tornarão uma batalha sem fim se o seu filho não desenvolver paciência e perseverança para praticar. Mesmo um atleta excepcional não chega ao topo apenas porque é habilidoso, e sim porque aprendeu a ouvir e seguir instruções de seus mentores. Aprender a ouvir uma instrução já é meio caminho andado no processo de educar os filhos - quanto seu filho hoje já é capaz de ouvir suas instruções e obedecê-las?

O resumo da ópera é este: a criança não vai aprender enquanto ela não estiver pronta para aprender e ela não vai conseguir dominar nenhuma habilidade sem o importante recurso do "auto-controle". Isto significa que, independente de quais sejam as aptidões naturais do seu filho, elas deverão ser cultivadas e trabalhadas dentro do contexto natural da infância e do treinamento infantil. Como na jardinagem, sementes boas plantadas em solo ruim não produzirão plantas saudáveis - as sementes podem até germinar e crescer rapidamente, mas logo irão murchar por falta de fertilizantes adequados!

Ambiente
Você já parou para pensar que o ambiente de educação que você proporciona aos seus filhos (os tipos de estímulos, os valores impregnados nas decisões que você toma, os critérios que você usa quando diz 'sim' ou 'não', etc.) moldam os hábitos do coração deles? Nas palavras dos autores, "As decisões que você toma hoje, as crenças que impulsionam suas decisões e os pressupostos de educação que você valoriza podem e irão afetar as gerações futuras" (p. 17 - tradução minha).

Personalidade
Normalmente há uma confusão com o significado do termo personalidade e muita gente crê que personalidade é algo que não muda, que a pessoa é assim e pronto. Porém, na definição dos autores, personalidade é a soma de três variáveis: genética, ambiente e temperamento. Desta forma, temperamento é a variável da personalidade do ser humano que outras pessoas não podem mudar. Você pode procurar conhecer e entender o temperamento do seu filho, e pode até tomar atitudes que cooperem com este determinado temperamento, porém você não pode alterá-lo. Você também não pode alterar as influências genéticas sobre os seus filhos, mas pode minimizar propensões negativas, fortalecer as positivas, etc. Das três variáveis citadas acima, advinha qual é a única área sobre a qual você, como pai, tem enorme influência na formação da personalidade dos seus filhos? Isto mesmo, o ambiente! E isto tem tudo a ver com estímulos para o aprendizado. E que aqui fique claro que não estamos falando de escolarização, pois educação e escolarização não são a mesma coisa. A educação de que estamos falando aqui diz respeito a três áreas vitais em que nos esforçamos para ensinar nossos filhos: moralidade, saúde & segurança e habilidades para a vida. Veremos abaixo alguns exemplos a que se refere cada uma.

Moralidade - Ensiná-lo a ser bondoso, generoso, paciente, responsável, etc.
Saúde & Segurança - Ensiná-lo a escovar os dentes, tomar banho, cuidar da higiene pessoal, etc.
Habilidades para a Vida - Ensiná-lo a raciocinar e usar a lógica para tomar boas decisões, etc.

Capítulo 2 - A criança falante, que anda e é curiosa
Neste capítulo, os autores focam nas múltiplas possibilidades que se apresentam à criança quando ela começa a andar. Eles lembram que a mobilidade é um dos marcos mais importantes dessa fase e ressaltam ainda que a união da mobilidade com a curiosidade são a essência do toddlerhood. Sim, todo toddler é uma criança curiosa e exploradora! E a mãe do toddler, bem... uma mulher cansada (hehe, me sinto assim!). Com novas perspectivas de exploração para a criança, a mãe do toddler logo perceberá que nenhuma outra fase da sua vida exigirá tanto tempo, energia e paciência. Aqui vale copiar um trecho que achei engraçado do livro: "Se deixado solto, sem preocupação com questões morais ou de segurança, essa pequena criaturinha consegue em segundos esvaziar um estante inteira de livros, fazer uma chamada para Hong Kong pelo celular do pai, beber água do prato do passarinho, espirrar água de dentro do vaso sanitário, beber as últimas gotas da latinha de refrigerante, sair correndo da cozinha com uma faca nas mãos, ou tirar um cochilo na casinha do cachorro - que, considerando todos as outras façanhas, seria algo positivo (...) A energia emocional e física necessárias para supervisionar uma criançazinha ligada no 220 conseguem drenar as energias até daquela mãe que está super em forma. E se seu toddler for um menino, acrescente outros 50% de energia. Nunca uma criança fica tão bonita para sua mãe exausta do que quando está de olhos fechados dormindo " (p. 23 - tradução minha)! Hilário, não? Se você está vivendo a exata situação descrita em cima, em vez de sentar e chorar, sorria - você tem um toddler em casa! E como todas as outras, esta fase passa. Então procure conhecer as variáveis em questão e tirar o melhor proveito delas, até porque eu acredito que como você lidar com a situação agora implicará na qualidade da fase seguinte.

Por conta da curiosidade natural para esta fase, muitos conflitos de vontade entre mãe e filho (qual prevalecerá?) acontecerão. E é aqui que o cerco estreita! A curiosidade é necessária porque ela é a propulsora para a imaginação da criança. Entre os 2 e 3 anos, a curiosidade ficará menos forte e será a imaginação que ganhará força. Isto significa que a curiosidade não deve ser reprimida! Por outro lado, precisamos entender - conforme explicam os autores - que a curiosidade não é um fim em si mesmo e que, além disso, ela não tem proveito sem supervisão de um adulto. Ou seja, a ação dos pais não deve ser a de negar ou reprimir a curiosidade da criança, mas de administrá-la. Os autores defendem veementemente que conceder liberdades ilimitadas à criança como forma de estimular sua curiosidade não é uma administração proveitosa - pelo contrário, é uma forma negativa de cultivar a mente da criança.

A curiosidade é apenas o primeiro passo para o processo infantil da descoberta. Associada a ela estão a concentração e a investigação. Todas as três são necessárias para o aprendizado. O processo é mais ou menos este: a curiosidade atrai a criança para determinado objeto, a concentração mantém sua atenção voltada para ele, e a investigação permite a ela a euforia e alegria da descoberta e do aprendizado. Como se percebe, a curiosidade em si não é a professora da criança - ela é a propulsora, ou o veículo que o conduz, ao ambiente com o potencial para o aprendizado. E aqui uma explicação se faz necessária para compreendermos ainda melhor todo este processo da descoberta: a principal característica do estímulo que atrai a curiosidade da criança é a novidade. Isso significa que depois que determinado brinquedo ou objeto deixou de ser novidade, ou seja, quando não há mais desafio porque ficou fácil manuseá-lo, por exemplo, o interesse da criança (a curiosidade) se dissipa. Use esta característica para sua vantagem! Como?

Como administrar situações potencialmente perigosas ou não saudáveis para a criança? Em vez de reprimir a curiosidade da criança ou procurar distraí-la, a sugestão é ir pelo caminho da substituição. Os autores dão vários exemplos práticos. Um deles é como matar a curiosidade da criança que quer brincar de abrir e fechar o tampo do vaso sanitário e bater as mãozinhas na água, se molhando no processo. Uma cena de deixar qualquer mãe de cabelo em pé! Neste caso, o local é secundário para a criança (mas primário para a mãe!), então por que não encher de água um recipiente com tampa e colocar no quintal para ela brincar?

O capítulo encerra com o lembrete de que em todo o processo de guiar e orientar nossos filhos, a chave será sempre o equilíbrio. O desafio é não ir para nenhum dos dois extremos - proibir tudo ou permitir tudo. Nas palavras dos autores, "Você não vai conseguir evitar que seu filho se desaponte, e nem deve pensar que é sua responsabilidade fazê-lo. Pelo contrário, deve treinar seu filho para lidar com os desapontamentos. É impossível criar ambientes livres de conflito porque a natureza da criança, seus padrões de crescimento e as expectativas dos pais irão criar conflitos. Aprenda a lidar com eles. Entre os 12 e 24 meses, os conflitos devem ser administrados, não censurados" (p. 28 - tradução minha).

Bem, pessoal, por hoje é só. À medida que eu for relendo os próximos capítulos, voltarei aqui para publicar mais. Espero que as reflexões acima tenham sido norteadoras para você, mamãe de um toddler!!

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