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Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Relato de Gravidez e Parto Natural - parte 2

Após uma gravidez tranquila com um pré-natal um pouco diferente do que tive com meus primeiros dois filhos no Brasil, estava mais do que pronta para ter a Natalia! Parece que a minha paciência com a barriga gigante foi diminuindo com cada gestaçao. No final desta, eu já não estava mais aguentando ter que cuidar de 2 filhos (um de 5 e uma de 3 anos) com um barrigão!

Já que o parto da Larissa, minha segunda, foi tão rápido e 1 semana antes do esperado, fiquei imaginando que o parto da Natalia também seria parecido. Veja o relato dos outros dois partos aqui. Com a Larissa, na consulta de 38 semanas eu já estava com 2 para 3 cm de dilatação, e na consulta de 38 semanas da Natalia eu também estava com 3 cm. Estava sentindo contrações fracas alguns dias e sabia que estava dilatando aos poucos. Fiquei animada e confiante que o parto seria rápido como da Larissa, e, conversando com minha médica, decidimos que seria melhor eu ir para a maternidade quando estivesse tendo contrações cada 10 minutos (já que com a Larissa minhas contrações vinham a cada 8 e já estava com 9cm de dilatação).

Na consulta de 39 semanas eu estava com quase 4cm de dilatação e minha médica perguntou se eu queria que ela descolasse minha bolsa (algo que as médicas fizeram também nas outras duas gravidez, do Tiago com 40 semanas e 1 dia, e na da Larissa com 39 semanas). Lembrei que com os outros dois havia dado certo esse método de estimular as contrações, mas não sei o que deu em mim que, apesar da vontade de ter logo a Natalia, acabei falando "não, vou esperar." Na verdade, não mudou nada...porque na mesma madrugada comecei a sentir contrações.

As 2 da manhã comecei a sentir contrações leves. Com um aplicativo do meu celular, comecei a monitorar o intervalo entre cada e vi que estavam vindo cada 10 minutos. Apesar de ter combinado com a médica que iria para a maternidade com intervalos de 10 minutos, senti que as contrações não eram fortes o suficiente para ir. Continuei monitorando e tirando cochilos entre cada contração. As 5 da manhã levantei e tomei banho, as contrações ainda vinham cada 10 minutos. Mandei mensagem para o meu pai avisando que estava em trabalho de parto! Ele já ficou super preocupado que eu deveria ir para a maternidade,  mas eu sentia que não. Esperei mais um pouco e acordei o Marcos com a notícia. Ele ficou animado! Desci e fiz café e logo meus pais chegaram para ficar com meus outros dois filhos que ainda estavam dormindo. Decidimos ir para a maternidade!

Quando cheguei fiquei preocupada porque minhas contrações pareciam não estar vindo tão intensas e nem tão perto uma da outra. Passei pela recepção onde se faz internações e falei que estava em trabalho de parto. Um enfermeira me levou para a sala de parto, onde me troquei e colocaram o aparelho para monitorar o batimento cardíaco do bebê e minhas contrações.
Só porque estava lá, prontinha e animada, minhas contrações começaram a diminuir. A enfermeira veio e achou que eu não estava em trabalho de parto, mas por causa do meu histórico de parto rápido e com contrações espaçadas, ela falou que iria esperar 1 hora, monitorando, para vermos. Quando ela me examinou não conseguia "achar" o cervix (não entendi essa!) e forçando muito para achar (doeu!) achou estranho minha médica ter falado no dia anterior que eu estava com quase 4! Falou que eu estava com 2 ou 3! Fiquei completamente desapontada e com medo de mandarem eu voltar pra casa! Orei e pedi para Deus fazer o trabalho de parto ir adiante!

Esperamos mais uma hora e ela voltou. Viu a frequencia das minhas contrações e achou que talvez eu teria que voltar pra casa mesmo. Ela era muito legal, mas realmente estava achando que não estava na hora ainda...mas não queria ter que me mandar pra casa. Eu então perguntei se a obstetra de plantão não poderia descolar minha bolsa para ver se a coisa ia pra frente. Ela falou que iria conversar com ela. Orei novamente!

Depois de um tempo a enfermeira voltou, junto com a médica que resolveu me examinar mais uma vez. Desta vez, ela mal começou o exame já sentiu o cervix e falou que eu estva com 5cm! A enfermeira ficou espantada e feliz em não ter que me mandar pra casa, e ficou confusa em relação ao exame de toque dela! Achei muito estranho também! Como que ela teve tanta dificuldade em achar meu cervix e sentiu apenas 2 ou 3 cm de dilatação? Algo deu errado!

A médica ficou animada e falou que voltaria em breve para estourar minha bolsa e que então ela nasceria rapidinho. A enfermeira correu para deixar tudo pronto e perguntou se eu ia querer anestesia. Falei que por causa do parto da Larissa, achava que este seria rápido e tranquilo também e que achava que não precisaria de nada mas fiquei pronta para receber anestesia caso mudasse ideia.

No parto da Larissa eu cheguei na maternidade já com 9cm, e tendo contrações cada 8 minutos. Me deram um pouco de anestesia (apesar de eu falar que estava super bem e achava que não precisava), empurrei umas 3 vezes e ela nasceu! Foi fácil demais! Desta vez, porém, eu dilatei um pouco mais devagar. Mas cada vez que a enfermeira vinha me ver, eu estava super contente, super bem, e ela ficava chocada! Até chamou uma outra para vir me ver! Quando eu tinha contrações o quadro mudava, mas estavam completamente suportáveis e eu estava até rindo, com a ajuda do meu marido e do meu pai, que estavam no quarto comigo e me faziam rir toda hora. As risadas aliviavam as contrações!

Logo as contrações começaram a ficar mais fortes e eu comecei e ficar com medo! Apesar de ter falado pra enfermeira que ia tentar fazer tudo natural, eu não havia me preparado muito bem para tal. Fiquei imaginando que se fosse fácil como da Larissa, não ia precisar de preparo nenhum. Mas não estava sendo tão fácil quanto da Larissa, as contrações estavam ficando mais fortes e mais frequentes e eu comecei a imaginar como seria para empurrar sem ter anestesia. Comentei com meu marido e meu pai que estava ficando com medo. Mesmo assim, quando a enfermeira veio me ver acabei não falando que queria um pouco de anestesia. Fiquei pensando "se já cheguei até aqui, vou até o final". Queria poder ter a experiência de um parto natural, mas hoje vejo que deveria ter me preparado melhor e, ja que não me preparei, deveria ter pedido anestesia.

Uns 20 minutos antes dela nascer comecei a ficar desesperada. As contrações eram insuportáveis e minha sensação de que não fosse aguentar mais um segundo daquilo começou a me dar pânico. Queria que ela saisse imediatamente! Queria tanto empurrar, não conseguia entender porque não podia empurrar mesmo sem estar sentindo vontade! Elas me falavam que eu ia saber quando fosse hora de empurrar, porque não ia conseguir "não empurrar". Mas com a Larissa não cheguei a sentir essa vontade incontrolável de empurrar. Simplesmente dilatei tudo e me falaram que eu podia empurrar, empurrei e ela nasceu! Eu queria que a Natalia saisse e ponto final! Meu pai, nessas horas estava do outro lado da cortina, sentado no sofá escutando tudo. E eu sentia dó dele estar me ouvindo sofrer tanto. Estava sentindo um calor absurdo e estava em pânico com aquela dor. Pedia para o Marcos assoprar em mim e vi que a enfermeira uma hora perguntou se ele estava bem. De tanto assoprar em mim e ver minha dor ele estava sentindo que pudesse desmaiar. Mas passou.

De repente a coisa apertou e eu fiquei desesperada, a enfermeira olhou e viu que a Natalia ia nascer e chamou a médica com bastante urgência em sua voz. Quase não deu tempo da médica fazer o parto!
Senti a tal vontade incontrolável de empurrar e comecei a empurrar e a gritar do fundo da alma. Nessas horas, perdi controle do meu corpo e no desespero para que ela saísse fiquei empurrando mesmo sem a contração. Depois descobri que isso deve ter causado as dilacerações que tive (por isso devia ter me preparado melhor para um parto natural!). Enquanto eu gritava (não tinha controle sobre isso) pensava que deveria estar traumatizando meu pai para sempre! rsrs. Não lembro quantas vezes empurrei, mas não foram muitas, talvez umas 3 ou 4 vezes. Só sei que foram os momentos mais intensos da minha vida, onde a dor superou minha capacidade de suportar, e eu perdi controle de mim mesma. Escutava a médica falando sobre a Natalia, pedido para eu ver como a mãozinha dela estava saindo junto com a cabeça e que ela estava fazendo tchauzinho, e só conseguia pensar "tira logo ela de mim!!" Hehe. E enfim, as 14:18 (7 horas depois de chegar na maternidade)... o alívio. Alívio maravilhoso seguido de um rostinho lindo de um pequeno ser no meu colo. Uma menininha tão pequeninha, minha filha. Quanta emoção e quanto alívio. Já disse que estava aliviada? rsrs.

Depois de um tempinho no me colo, limparam ela, pesaram, etc...  2.950 kilos e 49.5cm (meu maior bebê até então!) e dei mamar. :)

Acho lindo como um parto pode ter as emoções mais intensas de uma vida. A emoção de uma dor incontrolável que milagrosamente em questão de segundos se torna a emoção indescritível de olhar pela primeira vez para o rosto de uma nova vida que você já ama absurdamente. Penso que a vida as vezes é assim. As vezes sentimos dor e sofremos aqui neste mundo, mas quando chegarmos no colo do Pai, tudo isso será esquecido e sentiremos alegria indescritível. :)

Desculpa se deixei alguém com medo de parto! Os meus sentimentos mais sinceros em relação a este parto são de que (1) - Para ter um parto natural, deveria ter me preparado melhor (para lidar com a dor e como empurrar, etc), (2) - já que não me preparei, deveria ter pedido sim um pouco de anestesia (o parto da Larissa foi tão emocionante quanto mas sem eu ter precisado passar pela dor insuportável). (3) - Eu não faço questão de ter um parto natural. Normal, sim, mas natural, não vejo por que. Pra mim é como se me dessem a opção de fazer uma cirurgia com ou sem anestesia. Vamos combinar que anestesia, neste caso, é uma bençao de Deus? Graça divina por permitir que o ser humano inventasse/descobrisse tal intervenção? A dor do parto não foi uma maldição dada por Deus após o pecado de Eva e Adão? Então a anestesia é pura graça de Deus! rsrs. Eu sei que muita gente discorda e pensa diferente, mas como disse antes, essa é minha opinião sincera. Gostei muito do parto da Larissa que foi todo natural mas com um pouco de anestesia no final (na parte mais difícil), senti as mesmas emoções (a não ser o alívio absurdo!).

Concluindo, meus conselhors para as grávidas (depois de 3 partos):

  • Parto normal é lindo, emocionante, saudável, benéfico para mamãe e bebê e não deve ser tão assustador aos olhos das mulheres.
  • Cesária é uma benção de Deus, quando existem complicações!
  • Geralmente não é necessário ajuda de ocitocina! Isso é mais para o médico poder ir pra casa logo. Então, a não ser que esteja demorando MUITO e o parto não está progredindo, não é necessário! E por muito, não quero dizer poucas horinhas.  Com o Tiago já logo me colocaram na ocitocina para a coisa ir rápido e a cada hora que a médica me examinava aumentava a ocitocina, e eu pensava que ia morrer. A dor das contrações fica muito pior. Aqui nos EUA muitas mulheres ficam 15, 20 horas em trabalho de parto (as vezes mais!)...como conseguem? Não estão sendo apressadas com ocitocina! O trabalho de parto em si, sem ajuda da ocitocina, é suportável. No parto das duas meninas não tive ocitocina e o trabalho de parto foi supoertável...apenas os últimos 45 minutos do parto da Natalia que foram insuportáveis. Já o trabalho de parto do Tiago foi todo insuportável...e só o final foi tranquilo porque recebi anestesia epidural.
  • O desconforto das 3 dilaceraões de segundo grau que tive foi MENOR do que da episio que tive nos partos do Tiago e da Larissa.
  • É MUITO importante ter apoio junto com você! Infelizmente, muitas das enfermeiras nas maternidades do Brasil não tem muita experiência em ajudar uma mulher passando por um trabalho de parto (pelo menos me parece assim). Aqui, elas tem muita! Foi muito importante para mim ouvir a enfermeira me falar "pode gritar, Cristine, pode fazer o que você quiser!":)

O mais engraçado foi ouvir do meu pai nos dias seguintes que enquanto ele orava por mim, aflito em ouvir minha dor, teve a idéia de gravar com o iphone o som do primeiro chorinho da Natalia quando ela saísse. Só que com isso acabou gravando meus gritos! Será que tenho coragem de ouvir?

De acordo com ele...será uma ferramente útil no futuro, quando ela for adolescente e duvidar do meu amor por ela (espero que não! rsrs). Aí poderei mostrar o quando sofri por ela! Hehe.





Relato de Gravidez e Parto Natural - parte 1

Aqui é a Cristine! Depois de muito tempo ausente aqui do blog vim contar sobre a gravidez e o parto da Natália, minha terceira filha que nasce quatro meses atrás!

Desde a última vez que postei aqui muita coisa mudou na minha vida, e uma delas foi que mudamos para os Estados Unidos! Depois de quase 1 ano morando aqui, meu marido começou a falar em um terceiro! Não imaginei que teria mais um bebê, já que depois do nascimento da Larissa passei por um período muito difícil por causa de um transtorno de ansiedade (leia mais aqui). Naquela época minha vontade de ter mais filhos tinha ido embora, acho que a ansiedade e o medo me deixaram com vontade de simplesmente viver a vida com menos riscos, e amar sempre é um risco! Queria viver a vida de forma segura e previsível (como se isso existisse). Por causa da vontade do meu marido comecei a orar e pedir que Deus trabalhasse no meu coração. Afinal, não queria deixar de viver uma benção por causa de medo. Alguns meses depois acabamos sendo mais relaxados com a prevenção e um belo dia me deparo com duas linhas num teste de gravidez!

Tive uma gravidez tranquila a não ser pelo comecinho...meus primeiros 3 meses sempre são de MUITO, mas MUITO cansaço, sono, fadiga absurda. Me sentia doente, não conseguia levantar do sofá ou ter vontade de fazer qualquer coisa! O pior de tudo é que tudo isso aconteceu bem quando meus sogros e cunhada vieram passar um mês conosco aqui nos EUA...acabei não tendo tanta energia ou disposição para aproveitar tanto eles e também para passear mais. Mas eles ajudaram bastante e, claro, ficaram muito felizes com a notícia de mais um neto ou neta.

O acompanhamento do parto aqui foi bem diferente! Primeiro porque eu pude escolher uma médica para fazer o pre-natal, mas o parto em si seria com o médico da clínica que tivesse de plantão no hospital no momento do parto. Então dentro da clínica que escolhi tive o acompanhamento do pré-natal com uma médica da minha escolha, mas na hora do parto, poderia não ser ela a médica de plantão no hospital onde todos os médicos desta clínica fazem partos. Não fiquei muito chateada com isso porque acho que com o terceiro filho já não temos mais tanta ansiedade em relação ao parto, médico, etc. Pelo menos eu não!

Outra diferença foi a quantidade de ultrasonografias! No Brasil fiz muitas, e aqui apenas fiz com 7 semanas, 12 (este ultrasom e a medição da TN e tudo mais é opcional aqui), 16 e depois só com 35 semanas (porque pedi!!). Achei muito estranho essa falta de ultrasonografias, principalmente no final da gestação. Mas, como também estava super tranquila e já havia descoberto o sexo do bebê no ultrasom de 12 semanas, não senti urgência em fazer ultras. Só pedi o ultrasom com 35 porque queria ver com que tamanho ela estava. No fim, o ultrasom que fizeram foi na sala da consulta mesmo, com um aparelho super simples e uma imagem péssima..não dava pra ver nada!

As consultas a cada mês foram bem simples, pegavam meu peso, mediam minha barriga, conversava um pouco com a médica e pronto. Os exames também pareceram ser os mesmos que no Brasil. Gostei bastante da minha médica mas era bem estranho pensar que talvez nem seria ela a que faria meu parto. Mas tudo bem!

39 semanas e 1 dia (um dia antes do nascimento)
A postura do médico em relação ao parto é bem diferente. Ninguém pergunta se você vai querer parto normal ou cesária, nem se fala em cesária! O parto é normal e ponto final...a não ser que você tenha alguma complicação séria. Pelo que vi, a única situação que exige já logo cedo uma decisão por cesária é quando a mãe já precisou ter uma cesária anteriormente. Aí não se discute, aqui eles fazem outra cesária. No Brasil já tive amigas que tiveram cesária e depois conseguiram ter parto normal!

Meu primeiro filho, o Tiago, e a minha segunda, a Larissa, ambos nasceram de parto normal. Veja o relato do parto deles aqui. Com a Natalia, a terceira, não fiquei ansiosa em relação ao parto e sabia que se tudo fosse bem, seria normal também, ainda mais num país onde se faz de tudo para ser normal! Então quase não conversei com minha médica a respeito do parto.

Veja, no próximo post, o relato de como foi!